Liturgia: Igreja celebra Martinho, santo da caridade

Memória litúrgica sublinha atenção aos pobres e marginalizados, para lá da tradição das castanhas

Lisboa, 11 nov 2024 (Ecclesia) – A Igreja Católica evoca hoje São Martinho (316-397), bispo de Tours (França) e antigo militar, famoso pela atenção aos pobres, simbolizada na imagem da capa cortada ao meio, para abrigar um pedinte.

São Martinho nasceu no seio de uma família pagã na Panónia, atual Hungria, e foi orientado pelo pai para a carreira militar, mas ainda adolescente inscreveu-se entre os catecúmenos para se preparar para o Batismo.

Tendo-se despedido do serviço militar, foi a Poitiers, na França, para junto de santo Hilário, bispo que o ordenou diácono e padre.

Martinho escolheu a vida monástica e deu origem, com alguns discípulos, ao mais antigo mosteiro conhecido na Europa, em Ligugé.

Cerca de dez anos mais tarde, os cristãos de Tours aclamaram-no como seu bispo, cargo que o santo ocupou até à sua morte.

Em Portugal, é célebre a expressão ‘verão de São Martinho’, aplicada a três dias de sol e calor no meio do outono, tidos como recompensa ao então soldado romano por ter repartido o seu agasalho com um pobre.

A esta data associa-se também a celebração do Magusto, uma festa popular com castanhas e água-pé.

“Mesmo sendo-lhe atribuídos muitos milagres, são Martinho é famoso sobretudo por um ato de caridade fraterna. Quando era ainda jovem soldado, encontrou na estrada um pobre entorpecido e trémulo de frio. Pegou no seu manto e, cortando-o em dois com a espada, deu metade àquele homem. Nessa noite apareceu-lhe Jesus em sonho, sorridente, envolvido naquele mesmo manto”, relatou o Papa Bento XVI, na catequese que dedicou a este santo, em 2007.

OC

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