Liturgia: «Foi um grande impacto cantar para uma Igreja vazia», afirma a família Francela Mateus após um ano a animar a Missa na televisão

Mais do que ouvir, a preocupação foi que as pessoas «pudessem também rezar» através da transmissão da Paróquia do Parque das Nações, afirmam

Lisboa 16 mar 2021 (Ecclesia) – A família Francela Mateus foi a responsável pelos cânticos das Missas transmitidas pela televisão da Paróquia do Parque das Nações, numa “igreja vazia”, com a preocupação de que as pessoas não estivessem apenas a ouvir mas “pudessem também rezar”.

“A nossa preocupação era que, quem nos ouve, pudesse também rezar à distância”, disse à Agência ECCLESIA João Francela.

O casal João Francela e Fátima Francela Mateus e a filha Margarida Francela Mateus eram os elementos do coro que, em cada domingo, animam a Missa transmitida pela TVI durante a suspensão do culto público, desde o dia 23 de janeiro.

Responsáveis por dois coros na Paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes, a Margarida por um coro de jovens e o João por um coro de adultos, tinham como determinação “valorizar a qualidade” dos cânticos usados em cada Missa.

“As pessoas sentem quando estamos a usar a qualidade, a ter muito cuidado como se canta e se passa a mensagem”, afirmou João Francela.

À Paróquia do Parque das Nações chegam opiniões de quem segue a Missa pela televisão e pedidos dos cânticos usados nas liturgias, alguns da autoria de João Francela, nomeadamente os salmos, com um “estilo próprio”.

“O padre António Janela, quando era pároco dos Olivais, fez-me o desafio, a mim e a um amigo meu, e começamos a compor salmos. E foi muito desafiante e gratificante”, afirmou.

Para Margarida, cantar numa celebração transmitida para todo país é uma grande responsabilidade” e corresponde a “uma missão” que “chega a tanta gente”.

“É para nós uma alegria saber que esta missão chega a tanta gente e as pessoas gostam de nos ouvir”, afirmou Margarida Francela Mateus

Cantar para ajudar à oração é o objetivo da família que animou as Missas no Parque das Nações durante o confinamento, referindo que “a missão era mesmo essa”, de forma a “encher” uma igreja vazia.

“Foi um grande impacto cantar para uma Igreja vazia, mas a união que as pessoas mostraram, a partir de casa, ajudou a encher a Igreja”, afirmou Margarida Francela Mateus.

Fátima Mateus referiu que, pelo facto de serem família, acabaram por abraçar esta missão, que encaram como “um serviço” e a possibilidade de constituir uma assembleia mais alargada.

“A dor, a falta que tínhamos de todos os elementos do coro, da assembleia, de todas as pessoas que constituem a comunidade, era compensada pelos os abraços que recebíamos, por outra via, e isso também foi a força nesta fraqueza que abrangeu a todos”, afirmou Fátima Francela Mateus.

Fátima considera que a participação neste serviço veio unir mais a família porque se foram encontrando para “escolher os cânticos, ver as leituras, a mensagem e ensaiar durante algumas horas”.

Ao longo do último ano, nomeadamente nos períodos de suspensão do culto público, a TVI transmitiu a Missa dominical da Paróquia do Parque das Nações, às 11h00.

PR

 

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Agência ECCLESIA

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