Lisboa: Universidade Católica promove debate sobre diaconado feminino (c/vídeo)

Diretora do CITER enquadra a apresentação do estudo «Mulheres diáconos – Passado, presente, futuro» por  Phyllis Zagano e pelo padre Bernard Pottier

Lisboa, 10 abr 2019 (Ecclesia) – O Centro de Investigação em Teologia e Estudos de Religião – CITER, da Universidade Católica, promove hoje a apresentação de ‘Mulheres diáconos – Passado, presente, futuro’ e a conferência «O diaconado feminino – Uma questão em aberto», às 18h00, em Lisboa.

“O que queremos propor é o estudo que foi feito” e que a “Igreja em Portugal conheça este estudo” para “tomar uma posição” a partir de “informação correta e direta e não por vias indiretas”, disse a irmã Luísa Almendra em declarações à Agência ECCLESIA.

A professora universitária e diretora do CITER explicou que “na sequência dos antecessores”, o Papa Francisco fez uma proposta a um “grupo de teólogos, de diversos países, de diferentes partes do mundo”, para dedicarem-se a “uma investigação muito séria sobre o diaconado”, um tema que se “tornou muito frequente”.

A Comissão Pontifícia para o Diaconado Feminino foi constituída pelo Papa, em 2016, e, segundo a irmã Luísa Almendra, o documento que o Papa recebeu “é muito livre, das fontes” e “sem propostas” e está a refletir o seguimento que vai dar a este estudo.

“Sabe-se que [Papa Francisco] não deixou cair e não deixa, é irreversível para ele a valorização do contributo que a mulher pode dar e dá na Igreja. Ele tem experiência disso na Argentina, não vai deixar passar em vão mas escolher o momento e o modo”, desenvolveu.

A religiosa doutorada em Teologia Bíblica destaca que esta “é a grande revolução do cristianismo” e refere que, com (São) Paulo, vê-se as mulheres a terem um papel, “as que tinham mais posses ofereciam as suas casas para a Igreja se reunir”, ainda não existia o “edifício igreja”, e “são expulsos da sinagoga”.

“Há todo um serviço que elas começam a desempenhar e que é quase como que aceite com naturalidade com a comunidade cristã. Posteriormente a Paulo, até talvez por influência da sociedade que começa a ser muito mista as coisas vão começar a ter contornos diferentes mas a liberdade que se vive nos tempos Paulinos era muito grande”, desenvolveu.

Esta quarta-feira na UCP, em Lisboa, vão estar Phyllis Zagano, professora e investigadora em Teologia nos Estados Unidos da América, e o jesuíta Bernard Pottier membros da Comissão Pontifícia para o Diaconado Feminino, num encontro moderado pelo jornalista António Marujo e a biblista Luísa Almendra.

O diaconado é o primeiro grau do Sacramento da Ordem (diaconado, sacerdócio, episcopado), atualmente reservado aos homens, na Igreja Católica.

O Concílio Vaticano II (1962-1965) restaurou o diaconado permanente, a que podem aceder homens casados (depois de terem completado 35 anos de idade), o que não acontece com o sacerdócio.

O diaconado exercido por candidatos ao sacerdócio só é concedido a homens solteiros.

Com origem grega, a palavra ‘diácono’ pode traduzir-se por servidor, e corresponde a alguém especialmente destinado na Igreja Católica às atividades caritativas, a anunciar a Bíblia e a exercer funções litúrgicas, como assistir o bispo e o padre nas missas, administrar o Batismo, presidir a casamentos e exéquias, entre outras funções.

A professora Luísa Almendra salientou que a apresentação do livro ‘Mulheres diáconos – Passado, presente, futuro’ e debate enquadra-se “num grande projeto” que o Centro de Investigação em Teologia e Estudos de Religião da Faculdade de Teologia da UCP começou a desenvolver sobre “mulheres e religiões”.

HM/CB/PR

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