Pregador da trezena em honra do franciscano português sublinha dimensão universal desta figura
Lisboa, 11 jun 2015 (Ecclesia) – A comunidade franciscana da igreja de Santo António de Lisboa realiza todos os anos uma trezena em honra do santo português e o pregador está a centrar-se nas “opções de vida do santo mais popular da Igreja”.
“Tenho procurado fazer uma reflexão centrada nas opções de vida de Santo António, desde a infância até ao ser franciscano, a sua pregação, os seus milagres, a sua grande cultura e grande doutrina”, explica o padre Francisco Sales.
À Agência ECCLESIA, o frade franciscano revela que na pregação das duas missas diárias, desde o dia 1 de junho, procura apresentar o santo de Lisboa como “homem de verdadeira fé firme no confronto com as heresias e com as seitas do seu tempo” e a igreja de Santo António tem estado “praticamente sempre cheia” nas duas celebrações.
O frei Francisco Sales destaca o “grande intelectual e sábio” cuja grande característica foi saber estar ao “nível do povo” e por isso foi canonizado por ele “ainda em vida”.
“Tem um conhecimento profundo em todas as áreas que se conheciam na sua altura desde a medicina, a jurisprudência, a teologia, a filosofia, que nos deixou escrito particularmente nos seus sermões”, observou o pregador que assinala a “graça” que Santo António teve de ter estudado em Santa Cruz de Coimbra, “um dos centros culturais de Portugal e da Europa mais famosos” no século XIII.
O santo português foi o primeiro professor de Teologia na ordem fundada por São Francisco de Assis, tendo ficado famoso pelos seus sermões.
O Papa Gregório IX canonizou-o apenas um ano depois da morte, em 1232; Pio XII, em 1946, proclamou Santo António como “Doutor da Igreja”, atribuindo-lhe o título de "Doutor evangélico".
Durante o período festivo dedicado a esta figura da cultura religiosa e popular portuguesa, a igreja de Santo António de Lisboa vive ainda mais a dimensão universal do seu santo, “o mais popular da Igreja”, mas frei Francisco Sales comenta que durante todo o ano, “mesmo nos meses de inverno”, existe muita procura.
“No fim do ano fazemos uma estatística dos grupos de peregrinos, não são apenas turistas, e são cerca de 80 países diferentes anualmente. Passam pela igreja mais de 250 mil pessoas em grupos organizados”, contabiliza.
OC/CB