Lisboa: Responsáveis civis e políticos debatem sustentabilidade alimentar

Fundação Evangelização e Culturas defende que para combater a fome no mundo «não basta apenas produzir mais», são precisas «políticas mais justas»

Lisboa, 06 mai 2011 (Ecclesia) – Responsáveis da sociedade civil e política da Europa reúnem-se esta sexta-feira, em Lisboa, para debaterem a sustentabilidade alimentar, num colóquio que terá o contributo da Fundação Evangelização e Culturas (FEC).

De acordo com Margarida Alvim, em declarações prestadas à Agência ECCLESIA, o objetivo desta iniciativa, intitulada “O desafio da Segurança Alimentar” passa por “trazer perspetivas diferentes” para uma questão “complexa” e “ atual”, sobretudo com a escassez de alimentos que o mundo atravessa desde 2008, e para a qual “não existem respostas fáceis”.

A gestora da rede «Fé e Desenvolvimento», da FEC, defende que, para combater a fome, que afeta hoje em dia cerca de mil milhões de pessoas, “não basta apenas produzir mais”.

É preciso “combater o desequilíbrio na distribuição dos alimentos” e definir “políticas mais justas”, em matéria de agricultura e do comércio, no acesso à terra, medidas que tenham impacto positivo nos países em vias de desenvolvimento.

A responsável destaca a presença no colóquio “de representantes de duas plataformas da sociedade civil que trabalham estes temas a nível internacional, e também um perito da Comissão Europeia, da área da agricultura”.

Alicia Aleman, da Alboan, uma organização não-governamental jesuíta vinda do País Basco, Espanha, e Gisele Henriques, da rede CIDSE, que junta 16 agências católicas para o desenvolvimento, vão apresentar experiências concretas retiradas de países como Timor, Guatemala ou República Democrática do Congo.

José Diogo Albuquerque, membro da Direção Geral de Agricultura da Comissão Europeia, vai falar acerca do processo de reforma da nova Política Agrícola Comum, prevista para entrar em vigor a seguir a 2013.

A organização espera que o debate leve a “diálogos construtivos”, e sobretudo que se esclareça os participantes acerca do papel que cabe às organizações da sociedade civil, que querem “pôr a tónica na justiça social das políticas de desenvolvimento”.

Em matéria de segurança alimentar, a FEC trabalha em particular a área da educação, considerando-a uma “chave” para dar às comunidades locais os conhecimentos necessários para assegurarem a sua própria subsistência.

As recomendações que vão surgindo, para combater a crise alimentar, vão no sentido de valorizar cada vez mais o papel da pequena agricultura, sobretudo da agricultura ecológica.

“Cá em Portugal essa questão também se vai colocando, já que no nosso país rural, as terras agrícolas estão abandonadas”, lamenta Margarida Alvim.

O colóquio “Desafio da Segurança Alimentar” terá lugar hoje, nas instalações do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, a partir das 14:30.

JCP

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