Lisboa não desobedeceu a Bento XVI em relação à «Missa em latim»

D. José Policarpo negou hoje que esteja em desacordo com as indicações deixadas por Bento XVI no seu Motu Proprio “Summorum Pontificum”, que “liberaliza” as celebrações litúrgicas no Rito de São Pio V, utilizado antes do Concílio Vaticano II. Em declarações aos jornalistas, reunidos no Mosteiro de São Vicente de Fora, o Cardeal-Patriarca mostrou o seu desagrado perante uma manchete em que se afirmava a sua discordância perante as indicações do Papa, que estabelecem condições, momentos e regras para que seja permitida a celebração no rito antigo “a grupos de fiéis que o peçam”. “A tentativa de pôr o Patriarca de Lisboa contra o Papa volta-se contra quem a quer fazer”, indicou, após ter reafirmado que “não é verdade que esteja contra Bento XVI”. Em relação à carta que enviou aos padres, precisamente no dia em que o Motu Proprio entrava em vigor, D. José Policarpo afirmou ser da sua competência perceber como é que as indicações gerais do Papa “se aplicam em Lisboa”. Mais uma vez, afirmou como condições para a celebração com o Missal de Pio V o “conhecimento do rito e da língua latina”. Na sua missiva, o Patriarca precisava que o “bem dos fiéis” é o único motivo que pode levar os Párocos a usar o Missal de 1962, pelo que “um Pároco não pode impor à Paróquia o Missal de 1962 apenas motivado pela sua perspectiva pessoal”, afirmações que voltou a sublinhar esta manhã, junto dos jornalistas, pondo fora de questão elementos como o gosto pessoal ou pelo antigo). Este, indicou, “é um momento de discernimento, com critério, e foi isso que pretendi fazer com os nossos sacerdotes”. D. José Policarpo defendeu os passos dados pela reforma litúrgica, apesar de admitir que há celebrações que pecam por “falta de qualidade”, lembrando os tempos em que “as pessoas não comprendiam o que se dizia e rezavam o terço ou a Via-sacra durante a Missa”.

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