Lisboa: Lutar contra a guerra só com «armas de paz» – Cardeal-patriarca

D. Manuel Clemente presidiu à Missa e ao gesto pela paz promovido pelos jovens «Eu Acredito» e referiu-se ao início do mandato de António Guterres

Lisboa, 02 jan 2017 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou à Agência ECCLESIA que a construção da paz tem de acontecer através da “não-violência ativa”, que não contrapõe “guerra à guerra”, mas “luta com armas de paz”.

“Acreditamos que é possível ultrapassar os problemas, de uma maneira cristã, não contrapondo guerra à guerra, mas a paz à guerra. Ou, como quer o Papa Francisco, uma não-violência ativa, não parada, que não desiste de lutar, mas que luta com armas de paz, para recuperar o próprio adversário”, disse D. Manuel Clemente.

O cardeal-patriarca de Lisboa presidiu no dia 1 de janeiro de 2017 à Missa do Dia Mundial da Paz, no Mosteiro dos Jerónimos, a que se seguiu uma procissão com a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima e um gesto “pela paz”, junto ao Padrão dos Descobrimentos, por iniciativa do movimento juvenil ‘Eu Acredito’.

“Desde que decidimos fazer o ‘Eu Acredito 2017’ fomos fazendo vários eventos para criar um caminho espiritual até ao centenário”, referiu Miguel Viana após a Eucaristia e o gesto pela paz, este domingo.

“Queremos, como Maria pediu, rezar pelo Papa, pelos cristãos, por todos, mas que seja uma oração informada. Muitos jovens talvez não conheçam muito bem a mensagem de Fátima. Por isso, nós sentimos a responsabilidade de levar aos jovens a Mensagem de Fátima, porque é atual”, acrescentou o responsável do grupo de jovens ‘Eu Acredito’.

‘Eu Acredito’ foi uma iniciativa de jovens da Diocese de Lisboa para acolher e participar nas celebrações presididas pelo Papa Emérito Bento XVI durante a sua visita a Portugal, em 2010.

“Agora, com o Centenário das Aparições, decidimos que tínhamos de fazer uma coisa relevante, para mais com a vinda do Papa”, acrescentou Isabel Mónica.

Para D. Manuel Clemente, o valor essencial de iniciativas juvenis como o ‘Eu acredito’ está na afirmação pública da adesão, pela fé, à proposta de vida que se celebra no Natal.

“O que precisamos é de gente que acredita, que não desiste. Acreditamos que não estamos sozinhos, que Deus está presente neste mundo e é isso que nos alimenta a esperança. A nós e a muitos outros que noutras latitudes estão com natais e tempos muito difíceis”, lembrou.

O cardeal-patriarca de Lisboa referiu-se também ao início do mandato de António Guterres como secretário-geral da ONU, afirmando que, como outros líderes políticos que promoveram a paz, vai criar condições a concretizar.

“Não estaremos só à espera que as coisas caiam não sei de que céu, porque é na terra, em gente que acredita, em gente que não perde a motivação nem a convicção que se criam as condições”, sustentou D. Manuel Clemente.

No itinerário de preparação para o Centenário das Aparições de Fátima, os jovens ‘Eu Acredito’ vão promover a oração do terço para toda a Diocese de Lisboa no dia 12 de março e, em maio, uma peregrinação a Fátima para participar nas celebrações com o Papa Francisco.

PR

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Agência ECCLESIA

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