Lisboa: Fundação Ajuda a Igreja que Sofre apresenta livro sobre cristãos «sujeitos a tortura» na China

Iniciativa da instituição católica tem lugar este domingo, na igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, no Seixal

Lisboa, 26 jan 2013 (Ecclesia) – A fundação pontifícia Ajuda a Igreja que Sofre (AIS) promove este domingo, em Lisboa, a apresentação de um livro e de uma conferência sobre a perseguição que está a ser feita aos cristãos na China. 

Num comunicado publicado através da sua página na internet, a instituição católica adianta que a publicação “O cordeiro e o dragão”, da autoria da Laogai Research Foundation Itália, “é uma denúncia fortíssima da existência, ainda hoje, de campos onde estão presos de delito comum mas também dissidentes do regime e fiéis de diversas confissões religiosas”. 

De acordo com o mesmo documento, “os laogai, como são conhecidos estes campos de concentração, albergarão atualmente entre 3 a 5 milhões de pessoas, sendo que o assunto é considerado segredo de Estado”. 

Encarcerados “nestas prisões, cerca de mil, disfarçadas de fábricas”, os prisioneiros são sujeitos “regularmente a tortura, depois de dezasseis horas de trabalhos forçados”. 

Os autores do livro falam ainda em sessões de “lavagens ao cérebro”, que têm como objetivo proceder à “reeducação” dos cativos, levá-los a “confessarem crimes inexistentes” e a “aceitarem para o resto dos seus dias uma vida de dor e de castigos merecidos”. 

A sessão de lançamento do livro “O cordeiro e o dragão” está marcada para as 16 horas de domingo, na igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, no Seixal. 

O evento será complementado com uma conferência sobre liberdade religiosa, que terá como oradores o padre Carlos Filipe Silva, pároco da Quinta do Anjo, e Catarina Martins, diretora da Fundação AIS em Portugal. 

Estas duas iniciativas, avança ainda o site da instituição, estão incluídas no calendário da Semana Paroquial da Fé da comunidade católica do Seixal, que arrancou dia 18 de janeiro e que se prolonga até dia 27.

Em 1952, o Papa Pio XII recusou a criação de uma Igreja chinesa, separada da Santa Sé e, em seguida, reconheceu formalmente a independência de Taiwan, onde o núncio apostólico (embaixador) se estabeleceu depois da expulsão da China.

Cinco anos depois, o Governo de Pequim criou a Associação Patriótica Católica (APC) para evitar “interferências estrangeiras”, em especial do Vaticano, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado, deixando assim na clandestinidade os fiéis que reconhecem a autoridade do Papa.

Numa nação que conta atualmente com cerca de 1,31 mil milhões de habitantes, o número de católicos ultrapassa já os 12 milhões.

Ao longo de décadas, relata a AIS, “milhares de cristãos têm sido presos, internados em campos de reeducação, torturados e mortos”, numa “longa história de martírio”.

AIS/JCP

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