Sacerdote, de 92 anos, acompanhou Pastoral Operária e fundou a «Oikos»
Lisboa, 23 dez 2024 (Ecclesia) – O padre Agostinho Jardim Gonçalves faleceu aos 92 anos de idade (1932-2024), este domingo, num hospital de Lisboa, informa a Diocese do Funchal, de onde é natural.
“A Diocese do Funchal recebeu com pesar a notícia do falecimento do Padre Jardim Gonçalves; agradece a Deus o dom da sua vida e do sacerdócio e todo o serviço e missão prestado em nome da Igreja. Deus o receba eternamente na Sua presença”, lê-se na nota de pesar publicada esta segunda-feira, na sua página na rede social Facebook.
A Diocese do Funchal convida “à oração pelo eterno descanso” do padre Agostinho José Luís de Jesus Jardim Gonçalves e para que “Deus conforte toda a sua família”.
O padre Jardim Gonçalves, que faleceu este domingo, tinha 92 anos de idade, nasceu no dia 26 de janeiro de 1932, na Diocese do Funchal, na freguesia de Santa Maria Maior, Madeira.
Agostinho José Luís de Jesus Jardim Gonçalves entrou para o Seminário da Diocese do Funchal, em 1943, ordenado presbítero no dia 22 de setembro de 1956, e foi nomeado para a Paróquia do Machico; na diocese, entre outras funções e serviços, lecionou no Liceu Jaime Moniz, no Funchal, foi chefe de redação do Jornal da Madeira, entre agosto de 1957 e 1960.
O padre Jardim Gonçalves, em 1960, mudou-se para o Patriarcado de Lisboa, foi nomeado pelo então patriarca cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira, assistente nacional da Juventude Operária Católica Feminina (JOCF); foi também eleito assistente do Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos-MMTC (1967/1970), e, reconduzido, por nomeação da Santa Sé, para o quadriénio 1971/1974.
Em Lisboa, o sacerdote madeirense foi também professor do Instituto Superior de Estudos Teológicos, escola fundada por Ordens Religiosas para o ensino da Teologia, foi pároco de Alfornelos (Amadora), e presidente da assembleia-geral do Centro de Formação e Tempos Livres (CFTL).
Fundou e foi presidente da Oikos – Cooperação e Desenvolvimento, organização não-governamental para o desenvolvimento, no final da década de 1980, e membro da Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos. no tempo da ditadura.
A nível internacional, o padre Jardim Gonçalves foi cofundador do Centro de Estudos do Desenvolvimento da América Latina (CEDAL), com Paulo Freire e Herryanne de Chaponay; foi responsável pelo Sector América Latina do CCFD [Comité Católico contra a Fome e pelo Desenvolvimento, da sigla francesa].
Em 1988, foi nomeado responsável do Secretariado de Comunicação Social do Patriarcado de Lisboa, pelo então cardeal-patriarca D. José Policarpo, de quem foi chefe de gabinete.
Em 2017, o padre Jardim Gonçalves doou 7500 livros do seu espólio, em 87 caixas, à Biblioteca Municipal de Machico, no Arquipélago da Madeira.
CB/OC