D. Rui Valério presidiu à celebração da dedicação da Sé Patriarcal
Lisboa, 26 out 2023 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa alertou que a habitação “é um dos mais dramáticos problemas enfrentados pela cidade e pela sociedade em geral”, falando na solenidade da Dedicação da Catedral diocesana, esta quarta-feira.
“Da parte da Igreja haverá sempre não só uma palavra de solidariedade para quem verdadeiramente vive esse drama mas da parte da Igreja há uma mobilização, uma ação que passa pela caridade, pela prestação de apoio social para ir ao encontro dos mais frágeis e mais vulneráveis”, disse D. Rui Valério, em declarações à Agência ECCLESIA, no final da celebração.
O patriarca de Lisboa assinalou que tem sido “um dos princípios basilares, seja da Doutrina da Igreja, seja da sua ação ao longo da história”, estar permanentemente ao serviço dos pobres e com os pobres.
Neste aspeto, recordou que “o próprio Deus e o filho de Deus, quando se fez homem”, o problema da habitação, o problema da casa “foi sempre um problema que se revestiu de alguma complexidade”.
“Tudo isto nos diz que estamos na presença de um bem que é a habitação mas que ao longo dos tempos, ao longo da história se tem caracterizado com alguma exigência, por alguma complexidade e que nas sociedades habituais, de hoje, não é menos gravosa e dramática do que foi noutras eras e noutras épocas”, desenvolveu D. Rui Valério.
Na homilia da Eucaristia, o patriarca de Lisboa pediu aos padres que apreendam a mensagem que “irradia” da catedral – “urge passar do saber fazer para o saber ser, que será hoje uma das principais direções da metanoia” – nestes tempos, “simultaneamente sombrios e radiantes, de exacerbado ativismo, mas também de sede espiritual”.
“Em Cristo, nós não apresentamos apenas a nossa oferta, somos nós próprios a oferta que fazemos; não só elevamos a Deus a nossa oração, mas nós próprios tornamo-nos oração; não só elevamos louvores e ação de graças, mas tornamo-nos, nós também, um hino de louvor à glória de Deus”, acrescentou.
No contexto do início do ano pastoral 2023/2024, o patriarca assinalou que o “grande apelo” que estão a lançar aos diocesanos “é de na vida colocar Cristo como centro, como vértice”.
“E em primeiro lugar e a partir dessa nossa relação com Jesus Cristo, e a partir dessa centralidade dele, na nossa vida e na história, construímos caminhos de paz, a partir de Cristo é possível a paz e caminhos de fraternidade”, acrescentou, falando à Agência ECCLESIA.
Nesta celebração diocesana da Dedicação da Sé, o Patriarcado de Lisboa também agradeceu o serviço de D. Américo Aguiar, bispo eleito para a Diocese de Setúbal e que toma hoje posse; D. Rui Valério salientou que “a catedral também é sinal e fator de unidade e de comunhão”.
“Mais importante é este dia nesta diocese do Patriarcado de Lisboa, como em todas as dioceses, este simbolismo, esta data tão especial da dedicação da catedral”, disse D. Américo Aguiar.
“Nós é que somos as pedras vivas da comunidade, estamos com o coração em Roma, nos dias do sínodo e tudo isto é Igreja em construção. Ao evocarmos esta data, que em Lisboa leva-nos lá para o Século XII, leva-nos a D. Afonso Henriques, leva-nos à nacionalidade, é uma viagem que fazemos”, acrescentou.
CB/OC