Cardeal-patriarca presidiu à Missa Exequial, na catedral diocesana
Lisboa, 06 jun 2022 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa destacou hoje o legado deixado pelo cónego João Seabra, falecido esta sexta-feira aos 72 anos de idade.
“Creio que nem se pode falar bem de despedida, porque o influxo que o cónego João Seabra trouxe à Diocese de Lisboa e é muito grande e vai ficar com tudo aquilo a que ele está ligado, de movimentos, de grupos, de colégios”, disse D. Manuel Clemente à Renascença, antes da celebração da Missa exequial, na Catedral lisboeta.
“Vamos continuar a senti-lo muito presente, com o seu trabalho, com o que deixou, o seu legado de uma grande afirmação cristã na sociedade portuguesa, e uma grande mobilização católica por todas as causas pertinentes”, acrescentou.
Na homília, o patriarca de Lisboa começou por agradecer a todos os cuidadores que acompanharam o cónego João Seabra na doença, “noite e dia, com tanto carinho”.
“Neste último meio século de vida a Igreja em Lisboa contou com ele em todas as frentes”, indicou.
Após a celebração, o cortejo fúnebre seguiu para o cemitério de Valada do Ribatejo, onde o cónego João Seabra será sepultado.
O falecido sacerdote fez a licenciatura em Teologia, na Universidade Católica Portuguesa, e a licenciatura em Direito Canónico, na Universidade de Salamanca; foi ordenado a 5 de novembro de 1978, pelo cardeal D. António Ribeiro, e celebrou Missa Nova no dia 12 de novembro desse ano, na Igreja de Santa Isabel, a sua paróquia.
Doutor em Direito Canónico pela Universidade Pontifícia Urbaniana, foi cónego da Sé Patriarcal de Lisboa e diretor do Instituto Superior de Direito Canónico, da UCP, recorda a nota do Patriarcado de Lisboa.
O cónego João Seabra foi capelão da Universidade Católica, pároco em Santos-o-Velho e na igreja de Nossa Senhora da Encarnação, no Chiado; foi, ainda, defensor do vínculo do Patriarcado, assistente nacional do movimento Comunhão e Libertação e acompanhou as Equipas de Casais e de Jovens de Nossa Senhora.
O sacerdote foi fundador e presidente da associação educativa que possuiu o Colégio de São Tomás, em Lisboa, e o Colégio São José do Ramalhão, em Sintra.
Em janeiro de 2019, o presidente da República Portuguesa condecorou o cónego João Seabra com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, numa cerimónia que decorreu no Palácio de Belém.
A reitor da Universidade Católica Portuguesa (UCP) publicou uma nota de condolências, evocando “um dos docentes e pastores que mais marcou o desenvolvimento da universidade nos seus 55 anos de existência”.
“Canonista insigne foi sempre na sua prática diária, na real inscrição na vida dos que com ele conviviam, que melhor ensinou os que o rodeavam. Propunha, sem impor, conversando e escutando. Tocou os que o rodeavam, demonstrando uma enorme força e dando exemplo vivo perante a adversidade. A integralidade de um vastíssimo saber veiculado na simplicidade desarmante da vida e uma fidelidade rigorosa aos princípios aliada a inteligência fina eram as marcas de uma autoridade natural”, realça Isabel Capeloa Gil.
OC