Homilia do Domingo de Ramos destacou entusiasmo gerado pela peregrinação dos símbolos da JMJ
Lisboa, 02 abr 2023 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa presidiu hoje à celebração do Domingo de Ramos, na qual convidou os católicos a “testemunhar e oferecer a Cruz”, como símbolo de “caridade”.
“Só deste modo podemos compreender o entusiasmo que tem envolvido a Cruz que, de diocese em diocese, vai preparando a próxima Jornada Mundial da Juventude. É uma simples Cruz, mas atrai multidões, com atitudes múltiplas de devoção sincera”, referiu D. Manuel Clemente, na homilia da celebração, divulgada online.
A Igreja Católica inicia, com a celebração dos Ramos, o itinerário da Semana Santa, momentos centrais do ano litúrgico que, nas igrejas e nas ruas, recordam os momentos da Paixão de Jesus – a sua prisão, julgamento, condenação à morte e crucifixão.
“A semana maior que começamos e o rito litúrgico deste dia hão de mostrar que aceitamos Jesus como de facto é e não como nos serviria melhor doutra maneira, mais temporal e logo aproveitável”, referiu o cardeal português.
O patriarca de Lisboa destacou a importância de entender qual é o tipo de realeza proposto por Jesus, que dá “um sentido inesperado à sua condição de Messias e Rei”.
“O que é essencial e próprio de Cristo é que nele mesmo Deus nos salva, bem por dentro das vicissitudes humanas – pessoais ou alheias, sociais ou eclesiais que sejam – que passam a ser suas também”, declarou.
A Cruz também é critério de ação, para que tudo ganhe o seu desenho, subindo para o alto em ação de graças e alargando-se para os lados em caridade verdadeira. É o primeiro sinal que recebemos no batismo e é também a porta estreita por onde entramos no Reino”.
D. Manuel Clemente alertou para um “discurso chão” que torneia as dificuldades da vida “e mais adormece do que acorda para o que ela é realmente, no seu drama pessoal ou coletivo”.
“Desta profundidade inaudita não desistamos nunca, porque a caridade tem esse tamanho e expressão. Disto mesmo convictos, não fujamos da Cruz, único lugar onde cabemos todos, na comunhão com Cristo, que só nela nos salva”, apelou.
O patriarca de Lisboa recordou os cristãos perseguidos em várias partes do mundo, convidando os católicos a aceitar a realeza de Jesus como Ele a apresenta, sem aproveitamentos de qualquer género.
“Dois mil anos depois, como aconteceu com as primeiras gerações, tão perseguidas que foram, ou como atualmente, também dificílimas no tocante à liberdade religiosa em várias partes do mundo, queremos ser do número dos que aceitam Jesus Cristo como verdadeiro rei, que nos conquista unicamente pelo amor absoluto com que nos salva e atrai”, apontou.
OC