Lisboa: «Como catequista não penso reformar-me», afirma Maria Luísa Boléo aos 81 anos de idade

Sector da Catequese do Patriarcado homenageou «fidelidade a um serviço» desta formadora

Lisboa, 09 fev 2023 (Ecclesia) – Maria Luísa Paiva Boléo, com 81 anos de idade e 60 dedicados à catequese, afirma que não pensa reformar-se deste serviço pastoral que presta no Patriarcado de Lisboa, que a homenageou destacando a sua “fidelidade”, criatividade e disponibilidade.

“Como professora estou reformada há 16 anos, fez no verão passado, como catequista não penso reformar-me, a não ser que chegue a uma altura em que não tenha capacidade nenhuma para poder transmitir aquilo que fui recebendo”, disse, em entrevista à Agência ECCLESIA.

A entrevistada recordou que começou “bastante cedo”, aos 15 anos, quando foi convidada pelo seu pároco, já tinha sido incentivada pela família, e no Patriarcado de Lisboa tinham iniciado “cursos de formação”.

“Julgo que entrei no segundo ano. Quando terminei, na altura tínhamos estágios, dois anos de estágio, fui chamada para ser catequista formadora e fiquei”, acrescenta.

O Patriarcado de Lisboa, através do seu Setor da Catequese, promoveu uma “celebração de ação de graças” para “agradecer” a Maria Luísa Boléo este seu serviço pastoral e o 91.º aniversário deste secretariado, no dia 2 de fevereiro, com a presença do cardeal D. Manuel Clemente, na Paróquia de Cristo-Rei da Portela, onde também apresentaram o livro ‘O Catequista – ponte entre Deus e a Criança’.

“A Maria Luísa é um bom exemplo daquilo que nós esperamos que as pessoas façam, no fundo é a fidelidade a um serviço, ainda hoje com a idade bonita que tem continua a ser criativa. Há uns anos desenvolveu um trabalho na área de um módulo bíblico para formação de catequistas, atualmente está a desenvolver um de História da Igreja”, disse o diretor do Secretariado Diocesano de Catequese de Lisboa.

O padre Tiago Neto destacou que Maria Luísa Boléo “está sempre atualizada” e disponível para “ajudar e aprofundar os temas”, aprendendo com a sabedoria dos anos.

Maria Luísa Paiva Boléo explica que, como costuma dizer nos encontros de preparação, “não há tarefa nenhuma na Igreja, missão nenhuma, que dê uma formação permanente como esta”, e se a pessoa for responsável “tem elementos nas mãos para poder preparar-se”.

“Os catecismos têm guias para fazer a preparação, de como fazer essa catequese e permite às pessoas todas as semanas refletir sobre um tema diferente, doutrinal, bíblico, interioriza-lo para si para depois poder transmiti-lo. Depois a própria partilha com os catequizandos também é um enriquecimento muito grande”, acrescentou, no Programa ECCLESIA, transmitido esta quarta-feira na RTP2.

O diretor do Secretariado Diocesano de Catequese de Lisboa explicou que a iniciativa de homenagear a catequista e formadora realizou-se numa lógica de “valorizar o seu trabalho na formação de adultos, pelas suas mãos e pelo trabalho que realizou passaram milhares de catequistas ao longo destas décadas”.

A partir da sua experiência, como professora e catequista, Maria Luísa Boléo assinala que “as crianças mudaram muito, sem dúvida nenhuma”, hoje a realidade é outra, “completamente diferente, e muda com uma rapidez extraordinária”, mas há espaço para semear este testemunho cristão, “continua a haver uma sede muito grande”.

HM/CB/OC

 

Os pequenos sinais que levaram Maria Luísa Boléo a dedicar 60 anos da sua vida à catequese e a adotar três filhos – Emissão 20-10-2022

 

 

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Agência ECCLESIA

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