Celebração na Capela do Rato evocou famílias em luto
Lisboa, 28 jun 2020 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa presidiu hoje à Missa na Capela do Rato, em Lisboa, em memória dos que faleceram durante a pandemia de Covid-19, rezando também para que as famílias encontrem “serenidade e paz”, a partir de Deus.
Os participantes na celebração, com transmissão online, rezaram pelas pessoas que “faleceram na solidão, longe dos seus familiares” e pelas famílias em luto, em particular as que não puderam acompanhar os últimos momentos da vida dos seus entes queridos.
D. Manuel Clemente destacou, na sua homilia, que os católicos devem “olhar para a pandemia e para as suas vítimas”, para as várias “desastrosas situações” do mundo, com “os olhos de Deus”, procurando “fazer o que é preciso fazer” e estar onde é necessário, no sentido “da recuperação de tudo e de todos”.
O cardeal-patriarca destacou que o Cristianismo é “uma nova substância” do que cada pessoa vai ser, pelo que “cristão, cristã não podem ser um adjetivo”, mas “um substantivo”.
O responsável católico convidou a ter o coração “aberto” a Deus, na natureza e em todas as suas criaturas, para “amar todas as coisas a partir dele”, um “amor novo” que alarga a família de cada um à “familiaridade com todos”.
No início da Missa, o capelão da Capela do Rato, padre António Martins, lembrou a impossibilidade de “celebrar em comunidade, com tempo e interioridade” as exéquias de muitos falecidos durante o tempo de confinamento por causa da pandemia.
“Os ritos foram mínimos e rápidos, os familiares presentes poucos e o luto foi mais duro, mais violento e mais demorado”, afirmou.
Antes de referir o nome de algumas dezenas de mulheres e homens que morreram nos últimos meses, nomeadamente por causa da Covid-19, o padre António Martins sublinhou que o propósito desta celebração, presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, foi “rezar expressamente” pelos falecidos.
A presença na Eucaristia esteve limitada a inscrições disponíveis e a prioridade foi dada às pessoas e famílias enlutadas.
A comunidade da Capela do Rato sugeriu a todos os que acompanharam a celebração em casa que preparassem “um pequeno altar com a foto da pessoa falecida, uma vela acesa e uma pequena flor”.
PR/OC
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