D. Manuel Clemente presidiu à solenidade da Dedicação da Catedral
Lisboa, 25 out 2019 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa disse hoje que a cidade deve ser “respeitadora de quem está e acolhedora de quem chega”, promovendo a inclusão e o respeito por todos.
“Com uma centena de povos residentes, acolhamos o que cada um transporta de próprio e positivo, para o enriquecimento sociocultural do todo. Cresçamos em humanidade, como a humanização de Deus em Cristo nos impele a crescer. Em cada um e cada uma, venha de onde vier, haverá uma pedra viva do seu templo eterno”, declarou, na homilia da solenidade da Dedicação da Catedral, enviada à Agência ECCLESIA.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa defendeu que esta atitude se traduz em “condições de vida e convivência”, ou seja, “mantendo e alargando vizinhanças, garantindo habitação e saúde, educação e bem-estar, incluindo quem chega sem esquecer quem já está e não pode ser sacrificado por ganhos alheios, que redundariam em desumanização de todos”.
“Uma cidade é um corpo vivo de gente convivente e para tal é necessário que quem a visita encontre antes de mais os seus habitantes, onde estão e como gostam de estar. Só assim ganhamos todos, como os órgãos de um corpo, saudáveis no conjunto”, acrescentou.
A intervenção evocou a história do século XII e a presença da comunidade cristã durante a ocupação árabe, num tempo em que já era visível o “o cosmopolitismo que sempre definiu” Lisboa.
D. Manuel Clemente questionou ainda as alegações ditas “religiosas” que servem para “alimentar guerras”, quando se “absolutizam diferenças em vez de respeitar o único absoluto – que é o Deus de todos para todos”.
OC