Lisboa: Cardeal-patriarca assume necessidade de «pedir perdão» por abusos de menores (c/vídeo)

Homilia na Missa Crismal destacou esforço que tem sido desenvolvido na proteção de menores

Foto: Patriarcado de Lisboa

Lisboa, 14 abr 2022 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa disse hoje que a Igreja Católica assume a necessidade de “pedir perdão” pelos casos de abusos de menores, assinalando ainda o esforço que tem sido feito “na proteção de menores no espaço eclesial”.

“Aqui estamos, com plena consciência e compromisso, para reconhecer e corrigir erros passados, pedir perdão por eles e prevenir convenientemente o futuro”, referiu D. Manuel Clemente, na homilia da Missa Crismal a que presidiu na Catedral de Lisboa.

A intervenção evocou ainda as crises provocadas pela guerra na Ucrânia e a pandemia de Covid-19.

“Também aqui não têm faltado exemplos de grande solidariedade. Acolhimento de quem chega e ajuda a quem permanece na sua terra devastada”, declarou.

O patriarca de Lisboa pediu que os esforços solidários sejam concertados com as autoridades.

“Continuaremos disponíveis e próximos, colaborando com as entidades oficiais se participando em iniciativas seguras, especialmente no âmbito da Cáritas portuguesa e Diocesana para maximizar os recursos”, referiu o cardeal.

A homilia começou por recorda que esta é uma Semana Santa em que o país procura “sair cautelosamente” da pandemia, “que deixará sequelas”, pelas mortes, os confinamentos e outros condicionamentos.

D. Manuel Clemente deixou uma palavra de gratidão a todos os que procuraram responder às necessidades que surgiram, em particular nas comunidades católicas.

“Foi realmente muito, o que se fez e grande a solidariedade demonstrada”, indicou.

A reflexão abordou a missão específica do sacerdote, que se orienta para a “celebração do Tríduo Pascal”.

“Na verdade, seja qual for a missão específica dum padre, tudo se orienta para a celebração do banquete pascal. De Domingo a Domingo e mesmo em cada dia da semana, tudo se encaminha para a Santa Missa, na vida do sacerdote e de todo o povo com ele e através dele. Quando esta orientação se esvanece, tudo o mais declina e a própria identidade se questiona”, precisou.

D. Manuel Clemente apontou à realização da JMJ 2023, em Lisboa, “da qual o Papa Francisco tanto espera, como momento forte de Evangelho vivo e revitalizador para a gente nova e para todos”.

“A Jornada há de ser palavra viva, eco bem audível do que Deus nos diz em Cristo e agora ressoa em tantos jovens que o querem transmitir a muitos outros. De nós, ministros ordenados, esperam o apoio que só o Evangelho escutado, proclamado e convivido pode dar. Não falharemos por eles e por todos. Tomemos esta ocasião como estímulo para nos renovarmos também nós, na colaboração pastoral que nos pertence”, realçou.

No final da Missa, o cardeal-patriarca saudou todos os participantes, numa celebração com transmissão radiofónica, com votos de um “santo Tríduo”.

Na manhã de Quinta-feira Santa, os padres das várias dioceses do mundo reúnem-se em volta dos seus bispos, para a celebração da chamada Missa Crismal, em que são abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o óleo do crisma, utilizado na celebração de vários sacramentos.

OC

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