Lisboa: Cardeal-patriarca aplaude diversidade na Igreja Católica mas alerta para a possibilidade de divisões

Catolicismo não pode ser avaliado só com análises sociológicas, sustenta D. José Policarpo

Santo Antão do Tojal, Lisboa, 04 jun 2012 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa sublinhou no domingo os benefícios da diversidade no interior da Igreja Católica mas alertou que a originalidade não pode pôr em risco a unidade dos fiéis.

“A unidade na diversidade é um grande desafio pastoral da Igreja contemporânea, que desafia a Igreja toda a reconhecer a validade das diferenças e cada carisma organizado a não identificar a sua diferença com a totalidade da Igreja”, afirmou D. José Policarpo na missa a que presidiu em Santo Antão do Tojal, Loures, próximo de Lisboa.

Na homilia da celebração do Dia da Igreja Diocesana, enviada hoje à Agência ECCLESIA, o responsável acentuou que os carismas são uma “uma riqueza imensa” mas não abarcam a totalidade do catolicismo quando considerados isoladamente: “Nenhum deles poderá dizer ‘nós somos Igreja’, mas sim, nós pertencemos à Igreja”.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa frisou também que a perspetiva da fé é essencial para analisar a Igreja Católica: “Esta não pode ser julgada só com os critérios da análise humana, risco que se corre se absolutizarmos as análises sociológicas”.

A Igreja revelou em abril os resultados do estudo ‘Identidades Religiosas em Portugal: Representações, Valores e Práticas’, realizado entre outubro e novembro de 2011 pela Universidade Católica Portuguesa, que apontava para a quebra do número de fiéis católicos.

Depois de acentuar que “quem não olhar a Igreja iluminado pela fé nunca perceberá a Igreja”, D. José Policarpo realçou a influência de Deus na condução do catolicismo, por maiores que sejam as qualidades dos agentes pastorais.

“Devemos pôr o melhor de nós mesmos nesta edificação da Igreja, mas nunca pensemos que a Igreja é fruto das nossas potencialidades humanas, da nossa organização, da nossa persistência. Devemos desejar que seja o Espírito Santo a inspirar-nos a nossa maneira de estar e de agir”, apontou.

A missa, celebrada na Casa do Gaiato, encerrou a visita pastoral à Vigararia de Loures-Odivelas que D. José Policarpo iniciou em maio.

RJM

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