Lisboa: Cardeal-patriarca alerta para perseguições religiosas

Homilia na «Missa do Galo» alertou para riscos de totalitarismos, contrapondo o «Império» ao reino proposto no Presépio

Lisboa, 25 dez 2017 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa denunciou esta noite as perseguições religiosas da atualidade, numa homilia em que alertou para riscos de totalitarismos, contrapondo o ‘Império’ ao reino proposto no Presépio, pelo Natal.

“Antigas ideologias políticas (…) tomam o poder e põem-no ao seu serviço, reduzindo drástica ou disfarçadamente o campo dos que lhes resistem. Tão convictas de si próprias, ignoram ou desclassificam tudo o mais: tradições que persistem pela verdade, bondade e beleza que transportam; legítimas crenças religiosas que libertam o espírito e criam comunhão: tudo isto sofre e com isto sofreremos realmente todos”, alertou D. Manuel Clemente, durante a celebração da ‘Missa do Galo’, na Catedral de Lisboa.

Na intervenção, enviada à Agência ECCLESIA, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa recordou os cristãos que “arriscam a vida” para celebrar o Natal.

“Não há grande intervalo nas notícias de perseguições e atentados, de igrejas destruídas, de prisões, maus tratos e humilhações vitimando cristãos – sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos e famílias”, lamentou.

D. Manuel Clemente apontou o dedo aos poderes que “desrespeitam consciências e discriminam por motivos religiosos”, à imagem do que aconteceu com os imperadores romanos no caso dos primeiros cristãos, num “contraste entre a grandeza do Império e a humildade do Natal”.

“E, mesmo depois e até hoje, o mal pode persistir ou voltar, apesar da crescente afirmação dos direitos humanos. Direitos que o Cristianismo também inspirou e dos quais os cristãos deveriam ter sido sempre, como devemos ser nós agora, os primeiros defensores e promotores”, assinalou.

O cardeal-patriarca concluiu a sua intervenção com um apelo para que todos acolham Jesus na celebração do seu nascimento: “Mantenhamo-nos com Ele, no crescimento do seu Reino, garantido por uma ressurreição que não lhe desfaz, antes reforça, o modo simples e prestável de acontecer”.

OC

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