Lisboa: A obra de misericórdia de ser palavra, companhia e sentido de pertença

Visitadores de doentes rompem solidão

Lisboa, 03 abr 2015 (Ecclesia) – A Paróquia do Campo Grande, no Patriarcado de Lisboa, procura que os seus voluntários em saúde sejam rosto e palavra da comunidade na visita às pessoas doentes rompendo o silêncio, solidão e sofrimento com o “remédio” de Cristo.

“Alegram-me sempre. Penso que me mudam um bocado aos domingos. Há sempre qualquer coisa de bom que vem depois daquele momento”, explica Cristina Allen Revez, sobre a visita semanal.

A paroquiana do Campo Grande sofre com uma doença que a impossibilita de sair de casa durante longos meses, mas revela que mesmo estando “muito longe dos restantes fiéis”, no momento da visita “não” e “não é só a Manuela (visitadora) que vem”.

À Agência ECCLESIA, a professora reformada, que também foi psicóloga na luta contra a droga, assinala que aos 72 anos continua com “força de viver” e preocupa-se com o mundo à sua volta.

Por isso, as conversas com a visitadora são também sobre a atualidade, de “tudo”, passando por “receitas de culinária”, sobre “os amigos e as missas”.

Manuela Leitão comenta a responsabilidade do seu serviço e revela que quando a outra pessoa está triste tem de ser alegria, dá a comunhão mais cedo e depois “conversa muito mais à vontade”.

“A Comunhão muda muito e penso que depois de sair da igreja, da paróquia, tendo recebido a Comunhão do prior sinto-me uma partícula de Missa que vem a casa da doente”, assinala a visitadora, que faz voluntariado em saúde há cerca de 15 anos.

Já a coordenadora do voluntariado em saúde, da paróquia lisboeta, explica que este serviço tem duas componentes, uma “muito humana” de dar à pessoa a possibilidade de conversar e a outra de ajudar essa mesma pessoa a ter uma “noção de pertença a um grupo, de sentido de vida”.

“Visitar doentes é a maneira que temos de fazer com que as pessoas que não podem sair de casa e estão no fundo afastadas sintam-se dentro deste corpo que é a Igreja e possam ter algum nível de sociabilização”, frisa Helena Presas.

SN/CB

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