Diretor da Caritas fala em «esperança» entre os católicos
Lisboa, 20 out 2011 (Ecclesia) – O Conselho de Transição da Líbia anunciou hoje a morte de Muammar Kadhafi, após um raide na cidade natal do líder deposto do país, Sirte.
Para o Vaticano, este momento pode representar o “último da guerra” no país africano e, simbolicamente, o fim “de um regime que durou 41 anos”.
O portal «news.va» coloca em destaque a notícia confirmada ao início da tarde, utilizando a palavra árabe «rais» (líder, comandante) para identificar Kadhafi, de 69 anos.
“Anunciamos ao mundo que Kadhafi foi morto pelas mãos dos revolucionários”, indicou o porta-voz oficial do Conselho Nacional de Transição (CNT, novo poder) em Benghazi (leste da Líbia), Abdel Hafez Ghoga.
“É um momento histórico, é o fim da tirania e da ditadura. Kadhafi encontrou o seu destino”, afirmou o mesmo representante, em declarações à comunicação social.
O padre Alan Archebuche, diretor da Caritas Líbia, refere à agência italiana SIR que há um sentimento de “esperança” entre os católicos e a população em geral, com “pessoas que exultam pelas ruas” e “festejam”.
Para o sacerdote, a notícia da morte de Kadhafi, após oito meses de revolta, “ajudará a normalizar a situação” e a “estabelecer um novo governo democrático”.
Desejando uma Líbia “democrática e livre”, o padre Archebuche mostra-se “feliz” por poder começar “uma nova vida”.
A Santa Sé marcou presença, em Março, na conferência internacional sobre a Líbia, que se realizou em Londres, pouco depois de uma coligação internacional ter iniciado ataques contra alvos estratégicos das forças leais a Muammar Kadhafi, procurando travar a repressão militar da revolta lançada contra o regime.
Dias antes, no Vaticano, Bento XVI pedia o “começo imediato de um diálogo que suspenda o uso das armas”, revelando rezar para “um regresso à concórdia na Líbia e em toda a região do norte de África”.
“Nos momentos de maior tensão, torna-se mais urgente a exigência de recorrer a todos os meios de que dispõe a ação diplomática e apoiar também os mais pequenos sinais de abertura e de vontade de reconciliação entre todas as partes envolvidas, na busca de soluções pacíficas e duradouras”, disse então o Papa.
OC