Bruxelas, 15 jul 2015 (Ecclesia) – O Parlamento Europeu (PE) aprovou uma proposta de resolução onde insiste que as autoridades do Sudão retirem “todas as acusações” contra os pastores evangélicos Michael Yat e Peter Yen Reith e solicita a sua “libertação imediata e incondicional”.
A resolução sobre a “situação de dois pastores cristãos no Sudão” solicita para além da “libertação imediata e incondicional” dos dois pastores da Igreja Evangélica Presbiteriana do Sudão do Sul que o Governo do país previna que na “pendência da sua libertação” não sejam vítimas de “tortura ou outros maus tratos” assegurando o seu bem-estar físico e mental.
Neste contexto, o PE solicita também à delegação da União Europeia no Sudão que “acompanhe o processo judicial e preste assistência aos pastores” e pede que assuma a “liderança” no destaque e na condenação das violações “graves e generalizadas” dos direitos humanos e do direito humanitário internacional nesse país.
O PE contextualiza que o pastor Michael Yat foi detido pelo Serviço Nacional de Informações do Sudão após de um sermão na igreja de Cartum Norte, pertencente à Igreja Evangélica Presbiteriana, em 21 de dezembro de 2014: “Condenou a controversa proposta de venda de terrenos e propriedades da Igreja e o tratamento dos cristãos no Sudão”.
Já o pastor Peter Yen Reith foi detido depois de enviar uma carta ao Gabinete dos Assuntos Religiosos do Sudão onde pedia mais informações sobre a detenção de Michael Yat , a 11 de janeiro de 2015.
A instituição europeia com sede em Bruxelas recorda ainda às autoridades sudanesas a sua “obrigação” nacional e internacional de “proteger a liberdade de religião e de crença”, um direito humano universal que tem de ser protegido em “todos os lugares e para todas as pessoas”.
“[O Parlamento Europeu] condena veementemente todas as formas de violência e de intimidação que comprometam o direito de ter, não ter ou abraçar uma religião, incluindo o recurso a ameaças, força física ou sanções penais, para obrigar os crentes ou não crentes a renunciar à sua religião ou a converter-se”, lê-se no documento com data de 9 de julho de 2015
O órgão legislativo da União Europeia condena ainda a detenção das 12 raparigas cristãs e pede ao Governo do Sudão que termine o processo contra 10 destas jovens que ainda não foram ilibadas das acusações:
Estas jovens cristãs dos Montes Nuba foram detidas quando saíam de uma igreja batista “acusadas de se vestirem de forma indecente”, a 25 de junho, posteriormente duas foram libertadas sem acusação no dia seguinte e as outras 10 saíram sob fiança.
O Parlamento Europeu “exorta” o Governo do Sudão a revogar toda a legislação que “discrimine com base na religião e a proteger a identidade dos grupos minoritários”.
AIS/CB