Liberdade Religiosa: Igreja Católica proibida de realizar procissões nas ruas da Nicarágua

Fundação pontifícia alerta para o «clima de forte hostilidade» no país da América Central

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 01 mar 2023 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) alerta para o “clima de forte hostilidade” que se vive na Nicarágua, onde recentemente o governo proibiu a Igreja Católica de realizar procissões nas ruas, durante a Quaresma e Semana Santa.

“A deportação de cerca de duas centenas de pessoas, alguns sacerdotes e seminaristas, a condenação a 26 anos de prisão do bispo de Matagalpa e, agora, a proibição de realização nas ruas de procissões durante a Quaresma e Semana Santa são os episódios mais recentes de uma longa lista de medidas repressivas tomadas pelo Governo de Daniel Ortega contra a Igreja Católica”, sintetiza a AIS, na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA.

O secretariado português da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre recorda que, anteriormente, as autoridades “já tinham provocado a expulsão” do núncio apostólico (embaixador da Santa Sé), D. Waldemar Stanislaw Sommertag, “forçado a saída das Missionárias da Caridade”, congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá, outros religiosos e sacerdotes.

Segundo a organização internacional, o Governo político da Nicarágua também “provocou” o encerramento do canal de televisão da Conferência Episcopal local e seis estações de rádio católicas.

A AIS assinala que a proibição da Igreja Católica realizar procissões nas ruas, ficando restrita aos interiores dos locais de culto, durante a Quaresma e Semana Santa, surge duas semanas depois do bispo de Matagalpa e administrador apostólico da Diocese de Estelí, D. Rolando Álvarez, ter sido condenado a 26 anos de prisão por “conspiração” e “traição”.

“As notícias que chegam da Nicarágua entristeceram-me muito; Não posso deixar de recordar com preocupação o bispo de Matagalpa, D. Rolando Álvarez”, declarou o Papa Francisco, apelando a um “exercício paciente do diálogo” no país, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação do ângelus, a 12 de fevereiro.

O Governo de Daniel Ortega, acrescenta a AIS, também tem estado a “advertir” e a “prender” os padres que mencionam o bispo de Matagalpa nas suas celebrações, e “pelo menos dois sacerdotes terão sido presos em Madriz e Nueva Segovia”.

A fundação pontifícia lembra também que, na véspera da condenação do bispo D. Rolando Álvarez, foram deportados “mais de duas centenas de presos”, onde estavam “vários sacerdotes e seminaristas”, a equipa de comunicação da Diocese de Matagalpa.

“Minar a independência, a soberania e a autodeterminação do povo e incitar à violência, ao terrorismo e à desestabilização económica”, foi a acusação para terem sidos presos.

Neste contexto, a Fundação AIS pede aos seus benfeitores em todo o mundo que “reforcem ainda mais as suas preces” pela Igreja perseguida na Nicarágua, para que “não se sinta abandonada nestes tempos difíceis e possa continuar a anunciar o Evangelho e a acompanhar os fiéis, especialmente os mais pobres e necessitados”.

CB/OC

 

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