Organização católica questiona uma Europa incapaz de reagir ao que está «para lá do seu ângulo visual»
Lisboa, 20 jan 2015 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), organização ligada ao Vaticano, diz que a Europa tem de olhar com mais atenção para o problema do fundamentalismo religioso em países como a Nigéria, o Iraque e o Paquistão.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, Catarina Martins, presidente do conselho de administração realça que “a Europa está muito isolada sobre si própria e tudo o que passa para lá do seu angulo visual fica esquecido”.
“Não se percebe porquê, como é que o mundo consegue ficar fechado a tantos atentados e a tantas vidas humanas que têm sido perdidas nestes últimos anos em certos países”, frisa aquela responsável.
De dois em dois anos, a AIS publica um relatório sobre a liberdade religiosa no mundo.
O último documento, lançado em novembro de 2014, analisou a Constituição e a realidade de 196 países no mundo e conclui que 81 dessas nações, ou seja 41%, são locais onde a liberdade religiosa “é perseguida ou está em declínio”.
Para Catarina Martins, é vital que “o mundo ocidental olhe para estes países com outros olhos”, até porque na resolução desses problemas “pode estar” também a chave para a pacificação da própria Europa, já que muitos dos atritos têm chegado ao Velho Continente, através dos fluxos migratórios.
Esta semana a Igreja Católica está a promover a oração para a unidade entre os cristãos.
A Fundação AIS quer aproveitar esta iniciativa para promover o combate à “indiferença” e a oração “pela paz no mundo, na sequência do que tem acontecido não só em França mas também na Nigéria, no Paquistão, na Síria e no Iraque”.
“É uma forma que nós temos como católicos, praticantes, de mostrar que estamos unidos em oração por estes povos que estão neste momento a sofrer”, conclui Catarina Martins.
PR/JCP