Liberdade Religiosa: Arcebispo emérito de Gwangiu acredita que Igreja Católica cresce «escondida» na Coreia Norte

«As árvores brotam novos rebentos em cada galho a cada ano, assim também crescem os católicos que se escondem» – D. Victorinus Youn Kong-hi

Foto: AIS

Lisboa, 01 jun 2022 (Ecclesia) – O arcebispo emérito de Gwangiu (Coreia do Sul), com 97 anos de idade, acredita que a comunidade católica está em crescimento na Coreia do Norte, apesar da perseguição do regime comunista.

“As árvores brotam novos rebentos em cada galho a cada ano, assim também crescem os católicos que se escondem em algum lugar no norte”, disse à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) D. Victorinus Youn Kong-hi, referindo-se a uma Igreja que continua a “crescer escondida, como as árvores do seminário de Tokwon”.

Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, pelo secretariado português da AIS, a fundação pontifícia explica que esta referência à Igreja Católica e a uma comunidade católica em crescimento na Coreia do Norte surge no novo livro ‘A História da Igreja na Coreia do Norte’ (The Story of the North Korean Church), com oito entrevistas do arcebispo emérito de Gwangiu ao escritor Kwon Eun-jung.

Para a organização internacional, o arcebispo emérito “volta a alertar o mundo” para a existência de uma Igreja Católica clandestina na Coreia do Norte, “apesar da brutal repressão que as autoridades desde sempre exerceram sobre a comunidade cristã”.

No último ‘Relatório sobre a Liberdade religiosa no Mundo’, publicado em abril de 2021, a AIS indica que os norte-coreanos “são obrigados a demonstrar total devoção à dinastia Kim no poder”, e que o regime classifica os cristãos como “hostis”, olhando-os “como agentes estrangeiros”, “a prática do Cristianismo é tratada como um crime político”, e os missionários já foram comparados “a vampiros”.

Em 2020, a organização ‘Open Doors’ tinha alertado para a existência de 50 a 70 mil pessoas presas por serem cristãs.

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre está também preocupada com o grave surto de Covid19 na Coreia do Norte que, segundo as Nações Unidas, pode ter um “impacto arrasador” e consequências nos Direitos Humanos.

O arcebispo D. Victorinus Youn Kong-hi, que tem 97 anos de idade e nasceu numa aldeia no norte da península coreana, recordou que a vida da comunidade católica era muito significativa antes da divisão da Coreia.

Uma das primeiras consequências da divisão do país foi a expulsão dos elementos da Igreja que se encontravam no norte da península – D. Victorinus Youn Kong-hi era um jovem, no seminário beneditino de Tokwon, perto da cidade de Wonsan, quando a região foi tomada pelas forças comunistas, sendo forçado a fugir até Seul, capital da Coreia do Sul, em janeiro de 1950.

Em 1985 conseguiria viajar até Pyongyang (Coreia do Norte) onde se encontrou com um irmão e uma irmã, numa iniciativa de aproximação de famílias divididas pela guerra.

Victorinus Youn Kong-hi foi ordenado bispo de Suwon, em 1963, arcebispo de Gwangiu, em 1973, e foi presidente da Conferência Episcopal da Coreia, entre 1975 e 1981.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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