Lisboa, 28 jun 2021 (Ecclesia) – A religiosa portuguesa Maria Lúcia Ferreira alertou para o agravamento da crise económica no Líbano, falando em famílias da classe média que agora estão “numa situação de pobreza, de fome”.
“A 22 de junho deixou de haver eletricidade estatal no Líbano. Muitas famílias vão ficar às escuras, nem poderão carregar um telefone, etc. A nossa madre [Agnès de La Croix, que está no Líbano] quase chorou no encontro vídeo, porque realmente as pessoas estão a passar fome”, referiu a irmã, que vive na Síria, à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
Na informação enviada à Agência ECCLESIA, pelo secretariado português da AIS, a irmã Maria Lúcia Ferreira refere que as religiosas que estão em missão no Líbano são contactadas com frequência por pessoas aflitas, normalmente mães que pedem ajuda para alimentar os filhos.
“Famílias que eestavam muito bem, refinadas, telefonam a dizer: ‘Peço desculpa, mas as nossas crianças estão a passar fome, os nossos frigoríficos estão vazios’. Esta é um bocadinho a situação geral, sobretudo entre os cristãos a situação é assim”, desenvolveu.
A religiosa portuguesa, conhecida como irmã Myri, pertence à Congregação das Monjas de Unidade de Antioquia e vive no Mosteiro de São Tiago Mutilado, em Qara, na Síria.
A ONU descreveu a crise económica do Líbano “como a pior da sua história”, exemplificando que “a moeda local está desvalorizada, o poder de compra diminuiu” e o país atravessa uma fase de hiperinflação.
O Líbano foi o terceiro país a receber mais ajuda da AIS, em 2020, e a fundação pontifícia lembra que a crise neste país se agravou com a explosão no porto de Beirute, a 4 de agosto do último ano.
“[O Líbano] precisa das nossas orações e da nossa solidariedade com mais urgência do que nunca. É o eixo e a pedra angular do cristianismo no Médio Oriente, o símbolo da coexistência pacífica entre religiões”, afirmou o presidente executivo internacional da AIS, Thomas Heine-Geldern.
O Papa Francisco convocou uma cimeira para debater a situação do Líbano, com os principais líderes cristãos do país, para esta quinta-feira.
O Vaticano apresentou o programa do encontro, que começa na Casa de Santa Marta, às 08h30 (menos uma em Lisboa).
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