«Quem tem fé, nunca está só, nem na vida nem na morte» – D. António Marto
Leiria, 17 dez 2020 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima dedicou uma mensagem de Natal aos idosos e enfermos que experimentam “a fragilidade, o isolamento, a solidão”, lembrou os cuidadores, e assinalou que a pandemia “impõe necessariamente viver um Natal de modo diverso”.
“A pandemia em curso impõe-nos necessariamente viver um Natal de modo diverso, mais sóbrio, sem reuniões familiares tão alargadas, atendendo às exigências sanitárias. Mas nem por isso deixamos de celebrar o Natal de modo mais autêntico, no seu significado mais original: O Deus connosco que nos olha e abraça com a ternura dum menino, o Filho de Deus”, disse D. António Marto na mensagem vídeo divulgada pela Diocese de Leiria-Fátima e enviada hoje à Agência ECCLESIA.
Na mensagem ‘na companhia do Menino e com a força da fé’ para os idosos e enfermos, o cardeal assinala que a situação da pandemia “cria insegurança, ansiedade, dúvidas e tristeza” e até priva a alegria de “viver e conviver sem distâncias nem medos”.
Na proximidade do Natal é para mim um momento grato e cheio de emoção dirigir uma breve mensagem às minhas irmãs e aos meus irmãos mais idosos e a todos os que se sentem mais sós ou enfermos (da covid-19 ou não), que mais experimentam a fragilidade, o isolamento, a solidão, quer estejam em casa, no hospital ou nos lares”.
D. António Marto observa que, “felizmente”, hoje é possível “fazer-se próximo e entrar em relação e comunicação” através dos meios digitais e telemáticos, “que não substituem a forma presencial”, e destaca que, “hoje mais que nunca”, é precisa “ainda mais da força interior da fé que dá a certeza de que Deus está próximo de cada um e ajuda a vencer a solidão e o desânimo”.
“Quem tem fé, nunca está só nem na vida nem na morte. Eu mesmo fiz esta experiência, recentemente, quando estive internado quinze dias no hospital. Não deixemos que a pandemia nos roube esta confiança”, acrescentou o bispo diocesano que esteve internado em novembro.
Neste contexto, indica que a “ternura de Deus chega aos que sofrem também através dos cuidadores” e manifesta “uma palavra de apreço e gratidão pelo seu trabalho” mas também de “estímulo” a continuarem a cuidar sempre dos idosos, internados ou sós, “com amor de atenção e carinho à pessoa de cada um”.
Às vezes basta uma palavra, uma escuta ou um sorriso. Não deixem que ninguém fique para trás, isolado, esquecido, abandonado”, acrescenta na mensagem ‘na companhia do Menino e com a força da fé’.
O cardeal D. António Marto escreveu também a mensagem ‘O Natal da fragilidade e da fraternidade’, na qual alerta que a atual situação “é também um apelo a recuperar a verdade do Natal na sua autenticidade e no seu significado tantas vezes ofuscados pelo consumismo e pela festa exterior” e para as “dificuldades e feridas pessoais, familiares e sociais”.
O bispo de Leiria-Fátima observa que cada pessoa ou cada comunidade procurará identificar “uma ação concreta de partilha e solidariedade a realizar neste Natal” e apela “vivamente à participação” na campanha solidária de Natal ‘10 milhões de estrelas – um gesto pela paz’, que é promovida pela Cáritas Nacional e operacionalizada nesta Igreja local pela Cáritas Diocesana.
Nas duas mensagens, D. António Marto partilha para meditação o texto ‘Não Haverá Natal?’, de um pároco de Pamplona que “ilumina a vivência deste Natal em tempo de pandemia”.
CB/OC