Leão XIV: «Que o novo Papa continue caminhos de ponte» e de «paz», deseja bispo da Igreja Metodista

Padre Peter Stilwell, diretor do Departamento das Relações Ecuménicas e do Diálogo Inter-Religioso do Patriarcado de Lisboa admite continuação do olhar de Leão XIII, o Papa que indicou as «implicações sociais da fé»

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 09 mai 2025 (Ecclesia) – Sifredo Teixeira, bispo da Igreja Metodista desejou hoje que o Papa Leão XIV possa “continuar” um caminho de “ponte” construído por Francisco e sublinhou a dimensão da paz nas suas primeiras palavras.

“Que o Papa Leão XIV possa ser guiado pelo Espírito Santo do Senhor de modo a que este testemunho cristão que fala deste amor e desta paz que ele fez questão de referir logo nas suas primeiras palavras, esta tal paz que faz falta ao mundo e faz falta à vida de cada um, possa acontecer neste tempo que estamos a viver e nos nossos dias”, disse à Agência ECCLESIA o também vice-presidente do COPIC – Conselho Português das Igrejas Cristãs.

O responsável assinalou o tempo que o mundo atravessa e pediu que “pontes” continuem a ser construídas “para o bem de todos”.

“Que o Papa Leão XIV dê continuidade ao que o Papa Francisco procurou fazer e o testemunho que ele procurou dar e que deu. E a Igreja precisa, nos nossos dias, de ser esse bom testemunho que fala desse amor que toca a vida das pessoas e que dá atenção às necessidades das pessoas, desse amor que traz esperança e que também traz libertação. Precisamos que essas pontes sejam construídas ou continuem a ser construídas para o bem de todos”, indicou.

O cardeal Robert Francis Prevost, até agora prefeito do Dicastério para os Bispos, foi eleito como Papa, após dois dias de Conclave, assumindo o nome de Leão XIV.

O primeiro pontífice norte-americano, de 69 anos de idade, foi missionário e bispo no Peru, tendo ainda sido superior geral da Ordem de Santo Agostinho.

O diretor do Departamento das Relações Ecuménicas e do Diálogo Inter-Religioso do patriarcado de Lisboa, sublinhou também o desejo de o novo papa ser “construtor de pontes”, um trabalho desenvolvido pelos últimos papados, recordou.

“Tentar criar pontes com outras comunidades religiosas, e a começar pelas comunidades cristãs, que saibamos não absorver-nos uns aos outros, mas sermos capazes de partilhar aquilo que são os talentos e as qualidades que umas e outras dessas comunidades têm, para servir um mundo que está muito dividido e ferido”, reconheceu.

O padre Peter Stilwell afirmou a necessidade de pessoas que trabalhem na construção de pontes entre culturas, entre “vizinhos desavindos e violentos”.

“É um trabalho difícil, mas espero que o Papa agora, este Papa mais novo, com energia, possa enfrentar esse momento em que a humanidade vive, possamos avançar para uma civilização de paz e de reconciliação”, pediu.

O responsável pelas relações ecuménicas em Lisboa recorda a herança do Papa Leão XIII, autor da encíclica Rerum Novarum, “uma das grandes encíclicas doutrinais da Igreja”, escrita em 1891.

“Mostrou-nos que a compreensão da fé e a relação com o Deus tem implicações sociais – acolher o estrangeiro, cuidar do órfão e da viúva – são sinais de sintonia com o Deus de Israel. Leão XIII foi capaz de iniciar um novo olhar e uma nova palavra de cuidado pelo mundo, nomeadamente daqueles mais carenciados. Aparentemente, Leão XIV quer pegar nessa herança e levá-la por diante”, vaticina.

LS

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