«Laudato si»: Secretário de Estado do Vaticano apela a «uma maior consciência internacional» em torno do ambiente

Existem «meios para cortar com este mito moderno do progresso material sem limites», realça D. Pietro Parolin

Cidade do Vaticano, 03 jun 2015 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano defendeu em Roma a necessidade de uma “cada vez maior consciência internacional” em torno do ambiente, durante uma conferência que decorre na capital italiana, dedicada à encíclica do Papa “Laudato si”.

“Falta hoje um compromisso firme que permita fazer verdadeiramente frente a uma variedade de temas, como os desequilíbrios comerciais e a dívida externa e ecológica, denunciados por Francisco”, apontou D. Pietro Parolin, numa iniciativa que conta com a participação da Fundação Fé e Cooperação (FEC), ligada à Conferência Episcopal Portuguesa.

Subordinado ao tema “As Pessoas e o Planeta Primeiro: o imperativo de mudar de rumo’, o evento está a ser promovido pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz (Santa Sé), em parceria com a Aliança Internacional das Organizações Católicas para o Desenvolvimento (CIDSE).

A ideia, segundo a organização, é dar maior amplitude à mais recente encíclica do Papa Francisco e favorecer a discussão à volta das suas propostas, já que presentes estão cerca de 200 políticos, cientistas, representantes de organizações católicas, de outras religiões e da sociedade civil.

O documento de Francisco, publicado a 18 de junho, surge numa altura em que estão em preparação três grandes acontecimentos internacionais, com ligações aos temas do ambiente e do desenvolvimento, sempre sob a égide das Nações Unidas.

Primeiro, entre 13 e 16 de julho, vai ter lugar uma conferência sobre financiamento em prol do desenvolvimento, em Adis Abeba, na Etiópia.

Depois, entre 25 e 27 de setembro, vai decorrer em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, uma cimeira para a prossecução da Agenda para o Desenvolvimento pós-2015.

Finalmente, de 30 de novembro a 11 de dezembro, em Paris, França, a ONU vai promover uma convenção sobre alterações climáticas, em que estará em cima da mesa a assinatura de um novo acordo que reja esta matéria.

“A encíclica do Papa”, referiu D. Pietro Parolin, “terá o seu impacto nestes eventos, mas a sua amplitude e profundidade vai muito além do contexto deste tempo”.

Segundo o serviço informativo da Santa Sé, o arcebispo italiano reforçou a ideia que Francisco deixa na encíclica, de que atualmente a questão ambiental é encarada com “falta de honestidade” e com “uma perceção errada daqueles que são os limites humanos”.

No “contexto atual”, o Homem “tem ao seu alcance meios para cortar com este mito moderno do progresso material sem limites e de buscar formas inteligentes de orientar, cultivar e limitar o seu poder”

Basta que aproveite o “grande” trunfo dado pela evolução “tecnológica” para “iniciar um novo ciclo virtuoso” e assim “contribuir para o florescimento da dignidade humana, ajudar a erradicar a pobreza e combater a deterioração do ambiente”, concluiu.

JCP

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