«Laudato si»: Papa ajuda a entender interdependência entre «ecologia» e «pobreza»

Elena Lasida, professora do Instituto Católico de Paris, esteve em Lisboa para falar do impacto da encíclica

Lisboa, 11 set 2015 (Ecclesia) – A investigadora Elena Lasida, professora do Instituto Católico de Paris, disse hoje em Lisboa que a encíclica ‘Laudato si’, do Papa Francisco, ajuda a entender a interdependência entre “ecologia” e “pobreza”.

“Todos os projetos de solidariedade na nossa Igreja deveriam integrar a dimensão ecológica”, apelou a especialista, falando na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, durante a conferência ‘Cuidar da Casa Comum: que ecologia?’.

Elena Lasida tem desenvolvido estudos em Economia Solidária e Desenvolvimento Sustentável, que faz o cruzamento entre “Economia e Teologia”.

A investigadora elogiou a “linguagem” utilizada pelo Papa Francisco na sua mais recente encíclica, cumprindo o desejo de “falar com o mundo”.

“A encíclica convida ao diálogo, permanentemente”, tendo gerado um maior compromisso de várias instituições católicas, acrescentou.

A conferencista falou num texto atravessado pelas ideias de “drama” e “escolha”, que convida a “repensar estilos de vida”.

Noutro sentido, destacou o impacto “muito forte” da encíclica na vida política francesa, sublinhando que “a crise ecológica não é meramente técnica, de gestão de recursos”, mas é uma “crise de sentido, moral”.

O Papa propõe uma “nova antropologia cristã” ao apresentar a pessoa como “ser em relação” com todos os seres vivos.

A iniciativa, que reuniu mais de 130 pessoas no auditório 3 da Fundação Gulbenkian, contou também com uma apresentação de Filipe Duarte Santos, físico da Universidade de Lisboa, que coordenou os primeiros estudos multidisciplinares sobre o impacto das alterações climáticas em Portugal.

O especialista falou da encíclica ‘Laudato si’ como “um documento que vai marcar este início do século XXI”, perante desafios “muito difíceis em termos sociais, económicos e ambientais”.

Francisco, prosseguiu, “reflete o conhecimento científico atual”, num momento de “transição” profunda.

A conferência decorreu no âmbito dos preparativos para a Cimeira de Paris, sendo promovida pela Associação Casa Velha – Ecologia e Espiritualidade, em parceria com a Fundação Fé e Cooperação (FEC), a Fundação Gonçalo da Silveira (FGS), a Agência ECCLESIA, a Rede Inaciana de Ecologia e a Rede CIDSE.

A 21.ª Conferência das Partes (COP21) sobre Alterações Climáticas, que vai decorrer no início de dezembro, pretende alcançar na capital francesa um acordo mundial sobre metas vinculativas de redução de emissões de gases com efeito de estufa para substituir o Protocolo de Quioto.

OC

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Agência ECCLESIA

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