«Laudato si»: Bispo do Algarve alerta para mudança de «paradigmas, propostas e valores»

D. Manuel Quintas propõe criação de grupos de reflexão sobre novo documento do Papa

Faro, 26 jun 2015 (Ecclesia) – O bispo do Algarve alertou que é necessário mudar “paradigmas”, mesmo a nível eclesial, para colocar em prática o que o Papa Francisco pede, na apresentação da encíclica ‘Laudato Si’ à diocese.

“Temos de mudar muito alguns paradigmas, não só de comportamento mas também ao nível de proposta, valores, inclusivamente a nível pastoral, da catequese, das escolas”, disse D. Manuel Quintas na sessão de apresentação do documento do papal.

No Seminário de Faro, o prelado frisou que para “seguir uma nova sensibilidade, mentalidade” e uma nova maneira de estar em relação ao planeta é preciso ter em conta esta dimensão.

“Será que temos em conta o mundo que nos rodeia quando fazemos opções de diversa ordem, mais ao nível até de casa, da cozinha, dos desperdícios?”, questionou o responsável religioso, alertando para a responsabilidade individual de cada pessoa.

“Não devemos pensar que aqueles que não respeitam as orientações só prejudicam o país onde estão”, afirmou.

Num âmbito mais geral, D. Manuel Quintas assinalou que a encíclica liga preocupações ambientais à justiça social a nível global e observou que a Europa “progrediu tanto a nível tecnológico à custa das riquezas” dos países do sul, “deixando lá o lixo”.

“E agora admiramo-nos que os donos dessa riqueza venham à procura daquilo que é seu”, criticou.

O bispo da Diocese do Algarve que fez uma apresentação geral do documento e destacou que a encíclica “se lê de maneira muito agradável e cativante”, incentivando à criação de “grupos de reflexão”.

“Penso que sairíamos todos mais enriquecidos e estaríamos em sintonia com o que o Papa nos pede”, observou, divulga o jornal diocesano ‘Folha do Domingo’.

A Diocese do Algarve contou também com a reflexão do diácono Luís Galante que apresentou os capítulos IV e V da encíclica ‘Laudato Si – sobre o cuidado da casa comum’ e com frei Paulo Ferreira, sacerdote franciscano, que desenvolveu a sua intervenção sobre o capítulo VI.

FD/CB/OC

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