«Laudato si»: Bispo de Beja destaca apelo à «ecologia integral»

D. António Vitalino fala em convite a cuidar da casa comum e de cada pessoa

Beja, 23 jun 2015 (Ecclesia) – O bispo de Beja na sua nota semanal reflete sobre a encíclica ‘Laudato Si – sobre o cuidado da casa comum’, do Papa Francisco, que aborda “temas difíceis” mas lê-se com “fluidez”, e destaca o apelo à “ecologia integral”.

“[A encíclica] convida os cristãos e todos os homens de boa vontade a cuidar da casa comum, que não é apenas a natureza, mas todas as relações da pessoa humana consigo, com os outros e com Deus, o Criador de tudo e de todos”, assinala D. António Vitalino.

Na reflexão enviada à Agência ECCLESIA, o prelado explica que a relação com o transcendente “é importante”, “Deus criador, sem o qual a vida não tem sentido”, e sem a qual cada pessoa se torna “a norma de tudo”.

“Passando a viver para si e a partir de si mesma, desligada dos outros seres, sem o compromisso de cuidar e guardar o mundo, na sua biodiversidade, para que as gerações futuras o encontrem melhor e mais belo do que o encontramos nós”, observa o bispo de Beja.

Para o prelado, a encíclica apresentada no dia 18 de junho aborda “temas difíceis” mas lê-se com “fluidez”.

“Sendo um longo escrito, com seis capítulos, a sua leitura não cansa e, caso as ocupações o permitam, lê-se dum fôlego”, frisa.

D. António Vitalino apresenta capítulo por capítulo a encíclica ‘Laudato Si – sobre o cuidado da casa comum’, na qual Francisco começa por apresentar “alguns dados da crise ecológica” que se vive no mundo para no segundo capítulo “desenvolver os princípios da tradição judaico-cristã”.

Depois, assinala o bispo de Beja, no terceiro capítulo o Papa procura as “causas profundas da situação atual no ser humano”; apresenta propostas para uma “ecologia que integre o homem” no seu lugar específico no mundo e no quinto capítulo revela as “ações e atitudes” que cada um pode “fazer suas e inspirar também a política internacional”.

“No sexto e último capítulo desenvolve algumas pistas de uma educação e espiritualidade ecológicas, apontando mesmo a necessidade de uma conversão ecológica”, adianta.

Na segunda parte da sua análise intitulada ‘Fizemos da nossa casa uma lixeira’, o bispo de Beja apresenta novamente os seis capítulos da encíclica e da reflexão do Papa termina questionando como se pode pagar a “dívida ecológica” dos países desenvolvidos do norte para com os do sul.

D. António Vitalino recorda também que o Papa Francisco já no dia da sua entrada solene, a 19 de março de 2013, convidava a “guardar Cristo nas vidas, para guardar os outros, para guardar a criação”.

“Isto significa ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos, aprendendo a descobrir nele a beleza de uma irmã e a ternura de uma mãe, como se exprimia S. Francisco de Assis”, acrescenta o prelado.

CB/OC

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