Neste tempo de pandemia, “mais do que números, precisamos de olhar para cada pessoa”
Lamego, 06 out 2020 (Ecclesia) – O Bispo de Lamego, D. António Couto, referiu na homilia da Missa Crismal, esta segunda-feira, que “não são os currículos” que definem as pessoas como cristãos mas “o cuidado e o serviço aos irmãos, aos mais frágeis”.
Na Sé de Lamego, D. António Couto presidiu à Missa Crismal que, devido à pandemia do Covid 19 foi alterada para o dia 05 deste mês, e utilizou como pano de fundo a nova Encíclica do Papa Francisco, «Fratelli Tutti», assinada sobre o túmulo de São Francisco de Assis, no sábado, 3 de outubro, e disponibilizada no dia seguinte, 4 de outubro, memória litúrgica do santo de Assis.
Neste tempo de pandemia, “mais do que números, precisamos de olhar para cada pessoa” porque “se tiramos Deus do mundo não há espaço para a fraternidade”, referiu D. António Couto.
“Muitos tentaram tirar da equação a fraternidade, deixando apenas a liberdade e a igualdade, mas sem fraternidade não é possível nem a liberdade nem a igualdade” porque “a fraternidade é o fundamento da igualdade e da liberdade”, disse na homilia.
A fraternidade é o “cimento que faz com que seja possível a igualdade e a liberdade, e que seja possível um mundo em que as pessoas contem, não como números, mas como pessoas, como irmãos e irmãs, sejam velhinhos ou sejam novos, sejam ricos ou pobres”.
“Vivemos com a preocupação de apresentarmos currículos, mas Deus pergunta-nos pelos pobres, pelo amor e cuidado aos outros, se agimos ou não como irmãos uns com os outros”, disse o Bispo de Lamego
Na celebração, D. António Couto convidou “a cuidar dos mais frágeis, dos velhinhos que estão nos lares, abandonados e esquecidos”.
Na Diocese de Lamego, o dia considerado oportuno para celebração da Missa Crismal foi a 05 de outubro, não apenas por ser feriado civil e permitir uma maior disponibilidade de todos os sacerdotes, mas, sobretudo, por ser um dia em que, desde há muitos anos em Lamego, os sacerdotes se reúnem para a Assembleia Anual do Clero.
Às 10h30, teve início a Eucaristia, presidida por D. António Couto e com ele, cerca de quatro dezenas de sacerdotes, preencheram quase a totalidade dos lugares disponíveis no corpo da igreja mãe da diocese.
Com toda a liturgia própria da Missa Crismal de Quinta-feira Santa, os sacerdotes viveram, a seguir à homilia do Bispo de Lamego um dos momentos singulares desta Eucaristia: a renovação das promessas sacerdotais.
LFS