Lamego mostra património religioso

A Diocese de Lamego concluiu o projecto de Inventariação do Património Religioso Móvel nos Arciprestados de Lamego e Tarouca. O encerramento desta iniciativa decorreu hoje (29 de Setembro) no Museu de Lamego, e foi acompanhada da apresentação dos catálogos decorrentes do programa de inventário, bem como da inauguração de uma exposição, «A Palavra e o Espírito», a decorrer até 1 de Dezembro, na Casa do Poço, que apresenta algum do material catalogado nas 34 paróquias. A exposição «A Palavra e o Espírito» remete-nos para uma visão particular de algum do espólio reconhecido e inventariado durante a Primeira fase do 2.º programa de Inventário do Património Religioso Móvel, que decorreu, entre 2005 e 2007, nos arciprestados de Lamego e Tarouca. Como tal, cinge-se a um pequeno conjunto de peças escolhidas pela sua qualidade técnica, pela sua função e (ou) pelo seu papel num contexto histórico-geográfico particularmente notável: os arciprestados/municípios de Lamego e Tarouca justamente considerados pela História nacional como espaços privilegiados de arte e civilização – ou do tempo em que uma era consequência da outra, através do papel educador e formador da Igreja. “Porém, à medida que preparávamos o encerramento deste inventário, tornou-se evidente que a realização de uma exposição meramente demonstrativa do trabalho de inventariação não permitiria um diálogo nem uma apresentação integrante que justificasse o entendimento da arte religiosa como decorrente de um percurso histórico, ou da acção humana local, muito menos motivasse o «leitor» para as múltiplas leituras que podemos fazer dela” – realça Nuno Resende, Comissário Científico. Esta exposição desenrola-se seguindo três espaços que se entrecruzam: (I) “A Palavra Sagrada” – aludindo ao magistério das Sagradas Escrituras sobre toda a acção religiosa, o que inclui as artes em si e a interpretação que delas fez o Homem; (II) “O Poder da Palavra” que recorda a Evangelização e a difusão da Fé, o Corpo da Igreja, sua organização e funções, bem como o papel das Ordens Religiosas, particularmente activas em Lamego e Tarouca, através das empresas de saber como São João de Tarouca, Salzedas ou Ferreirim. E, em último lugar, (III) “Mil palavras ou a sua ausência” que nos remete para o poder eminentemente catequético da imagem e para os diálogos entre o Sagrado e o Profano. “Ao escutarmos e compreendermos estes sons, podemos conhecer verdadeiramente o sentido dos ex-votos, das relíquias, da procissões e clamores e de toda uma plêiade de manifestações que a Igreja acolhe como expressão das necessidades de cada uma das comunidades que se lhe entregam. Esta é uma exposição de pormenores. Há, pois, que olhá-los, sem as distrações do mundo de hoje, inquieto, ruidoso e excessivamente fulgurante” – finaliza

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