Lamego: Diocese tem novo Departamento da Pastoral do Turismo, para valorizar património religioso e natural

Padre José Filipe Pereira destaca necessidade de trabalhar com outras instituições

Lamego, 30 jan 2020 (Ecclesia) – O presidente da Pastoral do Turismo da Diocese de Lamego disse que o novo departamento quer valorizar o património religioso e natural da região, integrando a dinâmica de evangelização da comunidade católica local.

“Responder às motivações de fé e procura do bem e da beleza inscritas no coração do homem e daqueles que procuram o património religioso de Lamego”, é outra missão do recém-criado departamento, explicou o padre Filipe Pereira.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o presidente do Departamento da Pastoral do Turismo da Igreja Católica em Lamego refere que os responsáveis deste organismo querem “organizar e velar” pela valorização e “bom aproveitamento” dos espaços religiosos e culturais abertos ao turismo, contribuindo para o “desenvolvimento integral” da diocese, “canalizando recursos económicos para a conservação do património e oferecer um produto e roteiro turístico organizado”.

As paisagens da região surpreendem pela grandeza e convidam a uma viagem através do tempo, onde o património natural se associa com o património religioso”.

Segundo o entrevistado, o setor do turismo na Diocese de Lamego representa uma atividade “em crescente procura e evolução”, e apresenta como exemplo o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, do século XVIII – XX, um Imóvel de Interesse Público.

Neste contexto, o sacerdote destaca que na cidade de Lamego há referência com a catedral e a igreja de Almacave, ambas do século XII; as capelas de S. Pedro de Balsemão (século VI-X) e de Nossa Senhora dos Meninos (séculos XVI-XX); e as igrejas do Desterro (século XVII) e das Chagas (século XVI), classificados como monumentos nacionais ou imóveis de interesse público.

“Os recursos constituem a base do desenvolvimento turístico, porque são eles que determinam a atração de um país ou de uma região e definem as suas potencialidades turísticas”, refere o padre Filipe Pereira.

Para além do “elevado património classificado”, o presidente do Departamento da Pastoral do Turismo de Lamego assinala que a diocese tem “uma relevante área” com “paisagens únicas e miradouros magnificentes”, como o Santuário de São Salvador do Mundo em São João da Pesqueira, na Região Demarcada do Douro classificada como Património Mundial da Humanidade – UNESCO, gastronomia e produtos tradicionais.

“Uma extensa riqueza Histórico-cultural, Arqueológica e Natural e, logicamente, a imagem de simpatia e tranquilidade da comunidade anfitriã”, acrescenta.

O padre Filipe Pereira contextualizou que o turismo “é uma realidade social à qual a Igreja deve prestar uma atenta solicitude”, por isso, “atento e ciente desta realidade” o bispo diocesano, D. António Couto, instituiu o Departamento da Pastoral do Turismo, a 10 de dezembro de 2019.

O turismo tem servido para conservar o património cultural e tradições sempre inventadas e/ou reinventadas. O certo é que, graças a estas apropriações, muitas povoações conseguem sobreviver e reproduzir-se socioculturalmente como centros de destino turístico, ultrapassando situações de pobreza”.

Para o responsável pela Pastoral do Turismo de Lamego “é impreterível” trabalhar com as outras instituições, “permitindo a criação de redes de ligação, coordenação e cooperação” entre os diversos agentes e atores institucionais, quer de âmbito nacional, quer regional, como a Direção Regional de Cultura Norte e a Rede de Monumentos Vale do Varosa.

O padre Filipe Pereira lembra que em Portugal o turismo cultural e religioso apresenta “um assinalável dinamismo”, ocupando “uma quota de mercado muito significativa e revelando um elevado potencial de crescimento” e destaca que os dados oficiais mostram que “o turismo religioso é o que mais se tem desenvolvido”, depois do turismo de negócios,

“É de enorme relevância a aproximação da Igreja Católica com o turismo religioso, porque se insere, desenvolve e mantém numa área (ambiente, comunidade) de tal forma, e a uma tal escala, que garante a sua viabilidade por um período indefinido de tempo sem degradar ou alterar o ambiente (humano ou físico) em que existe, e sem pôr em causa o desenvolvimento e bem-estar, da comunidade residente, e de outras atividades e processos”, concluiu.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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