Laicismo e Escritura

O projecto da Bíblia Manuscrita Jovem (BMJ) nas escolas está a ser contestado pela Associação República e Laicidade (ARL), um grupo formado há cerca de um ano. A ideia reflecte uma “atitude proselitista”, disse ao jornal “Público” o presidente da ARL, Luís Mateus. Mais de 30 mil alunos e professores, de perto de 200 escolas de todo o país irão participar, entre 22 e 24 de Março próximo, na BMJ, que pretende pôr as pessoas a escrever manualmente o texto integral da Bíblia. O Coordenador Geral de “A Bíblia Manuscrita”, Alfredo Abreu, apresentou este projecto à Agência ECCLESIA como “um cruzamento proveitoso entre o programa curricular das várias disciplinas e os objectivos dos diversos ciclos de ensino com aquilo que a Bíblia pode trazer”. Ora, para a ARL, que congrega cerca de 50 pessoas, a escola “é um espaço laico” e, por isso, o projecto deveria ser limitado aos alunos de Educação Moral e Religiosa. A Igreja Católica, em função do que tem vindo a acontecer em França, assumiu, nos últimos tempos, a recusa desta “laicidade de combate”, onde se esquece que o respeito efectivo pela liberdade religiosa não pode negar às religiões a sua dimensão social, remetendo-as para “o âmbito confessional e privado”. E que o Estado é laico, mas a sociedade é plural. a BMJ • A Bíblia, laboratório de saberes • A lei que não é (só) do Véu

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