Juventude: Sem «política, religião ou clubismo, JMJ quer chegar a todos» – Vasco Gonçalves, Diocese de Setúbal

Festival da Juventude convidou coletividades e associações civis para dar a conhecer Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023

Foto: Agencia Ecclesia/LS

Setúbal, 20 jun 2022 (Ecclesia) – As paróquias de São Sebastião e do Coração de Maria, em Setúbal, realizaram um Festival da Juventude para, “de forma original, como pede o Papa”, lançarem a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 nas suas comunidades.

“Decidimos fazer o lançamento das Jornadas a nível das paróquias, porque foi o que nos foi proposto pela diocese, nas comunidades paroquiais, e decidimos fazê-lo de forma diferente e original, como pede o Papa Francisco, para sermos poetas e criativos”, conta à Agência ECCLESIA, Vasco Gonçalves, do Comité Organizador Paroquial e do Comité Organizador Diocesano.

Padre Casimiro Henriques, Foto: Agencia Ecclesia/LS

No fim-de-semana, no jardim do Quebedo, várias atividades juntaram jovens ligados às paróquias e outros envolvidos em iniciativas juvenis em associações e coletividades para apresentar a JMJ Lisboa 2023.

“Aqui não há política, religião ou clubismo que nos divida; é tudo em prol da solidariedade e da paz. E é essa a mensagem. E depois dos dois anos de pandemia, e da guerra da Ucrânia, é uma bênção ter a JMJ e uma oportunidade para chegar às pessoas e mostrar é possível haver esperança e construir este mundo, envolvendo jovens em nome da paz, da solidariedade, união e fraternidade”, acrescenta.

Entusiasta da JMJ, o também animador do grupo de jovens sublinha que participar num encontro desta natureza é uma “experiência de vida”.

“Se me perguntarem por uma experiência de vida que recomendo, é uma JMJ. Ninguém pode ficar indiferente ao encontro de dois milhões de jovens que fazem esforço para fazer uma viagem longa e poderem estar presentes para partilhar a mesma fé, esperança e mensagem de união, na construção de um mundo solidário e de esperança. É este o desafio que temos. O que nos move é de facto a construção de um mundo melhor, de esperança. Da experiência que tive na Jornada é a sua vertente transformadora e o universo da Igreja”, reconhece.

Foto: Agencia Ecclesia/LS

Depois de ter participado nas JMJ em 2011, em Madrid, no Brasil em 2013, em Cracóvia em 2016 e no Panamá em 2019, Vasco Gonçalves quer envolver o seu grupo numa oportunidade única de receber em Portugal “milhões de jovens” capazes de “tocar outros que não acreditam” ou chegar a quem “se sente sozinho e tem vergonha da sua fé”.

Sara Serra, 15 anos, a frequentar o 9º ano de escolaridade, revela-se “muito entusiasmada” com a participação no Festival da Juventude e com o aproximar da JMJ Lisboa 2023.

“Será um encontro para um clima de paz e fraternidade para toda a gente, em especial nos dias em que vivemos por causa da guerra e do covid. É importante para reforçar a necessidade de vivermos uma vida com paz e com amor entre todos”, explica à Agência ECCLESIA.

Até lá a jovem estudante afirma a importância de estar no grupo de jovens que a ajuda a obter “clareza no caminho e clarificar as coisas” que faz: “Dá a oportunidade para fazer atividades mais lúdicas, os jovens trazem muito isso – fazer coisas diferentes, e não ser tudo muito teórico; e o convívio entre várias pessoas que eu não conhecia e isso é sempre bom”.

André Azadinho, 16 anos, estudante do 10º, conta que foi a mãe que lhe falou pela primeira vez da JMJ.

“A minha mãe participou há uns 20 anos, mais ou menos, e é verdade, está já a pensar em acolher algum jovem lá em casa, mas também em se voluntariar para ajudar na organização”, conta à Agência ECCLESIA.

As paróquias de São Sebastião e do Coração de Maria inscreveram-se para receber os participantes na JMJ, uma vez que a diocese de Setúbal é diocese de acolhimento, a par de Lisboa e Santarém.

“Eu acho que é principalmente através destes festivais que se traz jovens para a Igreja. Se as pessoas não acreditarem, ou não tiverem uma bagagem familiar, é difícil convencê-las a vir à missa. As JMJ servem também para isso, para atrair jovens de fora. Têm curiosidade, há-de vir alguém que não acredita e pode passar a acreditar: vê um mundo diferente e assim se trazem sementes novas”, acredita.

Foto: Agencia Ecclesia/LS

Vasco Gonçalves afirma tratar-se de um evento que vai marcar a sociedade portuguesa no seu todo, sublinhando, igualmente, a oportunidade de chegar a quem não acredita.

Pela experiência em Jornada anteriores, Vasco Gonçalves fala da importância das famílias de acolhimento e sente-se “mais responsável” para envolver a sua comunidade nessa experiência.

“Estamos a mobilizar os grupos de casais, de catequese, os pais dos catequisandos, os escuteiros, as congregações religiosas ligadas à paróquia, porque vamos precisar de todos nas equipas de acolhimento. Não tenham medo de acolher estranhos. Ficar em famílias de acolhimento é uma experiencia muito gratificante”, reconhece.

LS

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Agência ECCLESIA

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