Em causa estão operações imobiliárias no valor de 57 milhões de euros
Cidade do Vaticano, 21 jan 2021 (Ecclesia) – O Tribunal do Vaticano concluiu hoje o julgamento contra o ex-presidente do Instituto de Obras de Religião (IOR), Angelo Caloia, e do advogado Gabriele Liuzzo, condenados por lavagem de dinheiro e peculato.
Em causa estavam operações imobiliárias no valor de 57 milhões de euros, denunciadas pelo próprio IOR, conhecido popularmente como “Banco do Vaticano”, que tiveram lugar entre 2001 e 2008.
Angelo Caloia e o ex-advogado do IOR, Gabriele Liuzzo, foram condenados a 8 anos e 11 meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato e peculato qualificado; Lamberto Liuzzo, filho de Gabriele, foi condenado a 5 anos e dois meses de cadeia.
Os três réus foram banidos de cargos públicos “para sempre”.
A sentença foi proferida esta tarde e publicada no site do Vaticano.
O Tribuna ordenou o confisco das quantias já apreendidas nas contas correntes dos réus e uma indemnização ao IOR e à SGIR – Sociedade de Gestão de Imóveis de Roma, controlada pelo IOR, num total de cerca de 23 milhões de euros.
O processo foi iniciado em março de 2018, na sequência de uma queixa do Instituto de Obras de Religião, apresentada em julho de 2014, por danos relacionados com operações imobiliárias de 57 milhões de euros.
A justiça do Vaticano analisou a venda de 29 imóveis propriedade do Instituto e da SGIR, em zonas nobres de Roma, Milão e Génova.
Esta condenação é a primeira com a legislação introduzida em dezembro de 2018, pelo Papa Francisco, “no quadro mais geral de adaptação da legislação do Vaticano aos padrões internacionais de combate à lavagem de dinheiro, corrupção e outros crimes graves”, indica a sala de imprensa da Santa Sé.
OC