Jubileu: Bispo de Vila Real contra «ditadura do dinheiro sobre as pessoas»

D. Amândio Tomás pede que Ano Santo ajude a superar «défice de acolhimento» nas famílias e na sociedade

Vila Real, 11 dez 2015 (Ecclesia) – O bispo de Vila Real desafiou as comunidades católicas da diocese a viver o Jubileu da Misericórdia, convocado pelo Papa, com desejo de superar a “ditadura” do dinheiro e o “défice de acolhimento” nas famílias e na sociedade.

“Há tanta forma pagã de celebrar e viver o Natal e tantas práticas que nada têm a ver com Jesus e o Evangelho e lhe são opostas. É a hora de purificar e expulsar vendilhões, de acabar com a ditadura do dinheiro sobre as pessoas, de construir a casa humilde, aberta e solidária, que seja a casa de Deus”, escreve D. Amândio Tomás, numa nota divulgada através do site diocesano.

O prelado adianta que a Porta Santa da Catedral de Vila Real se vai abrir “simbolicamente” este domingo, à imagem do que acontece nas dioceses de todo o mundo, num percurso que os fiéis são convidados a percorrer desde a Igreja do Calvário à Sé, “como o bom Samaritano que leva o ferido”.

“A peregrinação, abertura da porta, a aspersão da água batismal, a Eucaristia pedem inocência de vida, confissão jubilosa da fé e a urgência da evangelização do mundo, a fazer, nesta nossa comunidade de discípulos, seguidores e testemunhas do Ressuscitado”, refere.

Já na nota ‘Enviados a sarar feridas e a anunciar o Ano da Misericórdia’, o bispo de Vila Real identifica “há um défice de acolhimento, de amor, de respeito e de instrução”.

“Se o mundo não é melhor a culpa é nossa. Não se pode dizer que amamos a Deus se odiamos o próximo”, escreve.

D. Amândio Tomás observa que “todas as famílias vivem povoadas de dores e feridas visíveis e invisíveis”.

“Não deve faltar nelas a linguagem do perdão, nem o desejo e a esperança da reconciliação e o óleo do amor e da alegria. As famílias, sempre, foram instáveis e necessitadas e são imperfeitas e limitadas, continuando a precisar do aperfeiçoamento, amor e verdade, bem como da graça e perdão de Deus e da compreensão dos seres humanos”, acrescenta.

O prelado sustenta que a Igreja “não deve rejeitar ninguém”, nem deixar de ajudar “as famílias pobres, as tristes, as pecadoras, as fragilizadas, as fraturadas, escandalosas e com ideias e projetos fraturantes”.

“Ela é chamada e enviada a sarar feridas e a proclamar o Ano Jubilar da Misericórdia, em toda a parte, levando o poder taumatúrgico de Jesus às periferias geográficas e humanas”, precisa.

A nota aconselha os padres a serem “acolhedores e tolerantes” no confessionário, como “arautos da misericórdia de Deus clemente e compassivo e sempre pronto a perdoar”.

OC

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