Jovens Sem Fronteiras «Móveis na Missão»

A cidade de Lordelo acolheu, de 5 a 7 de Outubro, cerca de 300 Jovens Sem Fronteiras (JSF) no seu XIX Encontro Nacional. “Móveis na Missão” foi o tema escolhido pensando na terra que nos acolheu e que tem na indústria do mobiliário uma das principais actividades económicas. Mas ser móvel também traduz as disposições interiores que nos devem habitar nos caminhos da Missão. E foi com grande disposição e de uma forma alegre e criativa que os grupos das quatro regiões – Douro, Minho, Centro e Sul – se apresentaram na noite de sexta-feira. O 5 de Outubro deu o mote para um início de Nacional com pompa e circunstância que abriu caminho para o convívio, reflexão, oração e partilha ao longo dos dois dias que se seguiram. Móveis na Missão Sábado de manhã permitiu-nos reflectir sobre a mobilidade como jovens, cristãos e missionários. O padre Almiro Mendes, director do secretariado diocesano da missão relembrou-nos que “na vida como na fé, nada é estático”. Também Cristo foi móvel, dinâmico e pôs-se a caminho. Pormo-nos a caminho é a primeira exigência missionária. Mas como um caminho solitário é, regra geral, mais difícil de percorrer, vivemos a nossa fé em grupo. A missão é comunitária e somos enviados em nome de uma igreja. No desporto como na missão Para além dos móveis, Lordelo é conhecida pela promoção do desporto. Por isso três personalidades da cena desportiva nacional foram convidados a falar sobre o desporto como forma de partilha, conhecimento e interacção entre culturas. Como foi referido por José Mota, Jorge Sousa e Cândido Barbosa, o desporto implica trabalho de equipa, coesão, humildade, espírito de sacrifício, respeito, inter ajuda e camaradagem. Nos desportos colectivos existe sempre um treinador, que orienta homens na prossecução de objectivos. Também na missão, Deus é o nosso «treinador», orientando-nos na luta por um mundo mais justo, mais fraterno, solidário e com menos desigualdades sociais, onde todos tenham lugar. Como disse Cândido Barbosa, “as diferenças entre povos e civilizações têm originado guerras por todo o planeta, mas podem ser aproveitadas para criar laços de fraternidade entre todos”. Os convidados chamaram também a atenção para a necessidade de trabalhar em equipa para ultrapassar barreiras. Na missão muitas são as barreiras que se nos apresentam e só com uma equipa forte e coesa seremos capazes de as ultrapassar. O exemplo de Cristo é o primeiro de uma equipa multicultural formada há mais de 2000 anos. Encontro com a comunidade Como jovens missionários, o encontro com a comunidade também não foi esquecido. Ao longo da tarde de sábado, os grupos de campo contactaram com diversas instituições sociais e culturais da cidade. No espírito de partilha e aquisição de novas experiências visitaram a Associação para o Desenvolvimento Integral de Lordelo, a Associação Portuguesa de Deficientes, a Betel – Associação de Reabilitação de Toxicodependentes, a Associação dos Amigos da Petanca, os Bombeiros, o Rancho Folclórico, a Igreja paroquial, o Cruzeiro e os moinhos da cidade, a cooperativa de electricidade, um escultor da terra, uma serração e duas fábricas de móveis. Esta experiência permitiu conhecer melhor a realidade da terra que acolheu este encontro. Partilha de histórias e emoções Como é habitual, o sábado à noite ficou marcado pela partilha das experiências missionárias de verão. Mais de uma centena de jovens participaram nas semanas missionárias de São Brás de Alportel, Santa Luzia, Aljustrel, Penajoia, Teixoso e Izeda e trouxeram a bagagem cheia de emoções e uma energia renovada para mais um ano de trabalho nos grupos de origem. Os 16 pontistas contaram a sua experiência em Moçambique e testemunharam que de mãos dadas podem construir-se pontes e que partindo se cresce na Missão. A noite terminou com o reconhecimento do trabalho e dedicação de muitos que ao longo de 25 anos de história fizeram a sua caminhada dentro deste movimento. Numa gala sem precedentes houve espaço para a animação, a partilha e o testemunho. Enviados a ser móveis No domingo, o provincial dos espiritanos, padre José Manuel Sabença, presidiu à eucaristia de encerramento, numa festa de louvor ao espírito missionário que marca os Jovens Sem Fronteiras e todos os que passaram pelo movimento. Fomos interpelados a não deixar esbater a nossa fé. É através dela que nos tornamos móveis para a missão e pela fé e vivência em grupo o que parecia impossível torna-se possível. A caminho dos 25 anos, neste nacional fomos chamados a ser móveis, ou seja, vivos, criativos, disponíveis, lutadores, robustos na fé, abertos a novos apelos. Chegámos de malas cheias, esvaziámos, trocámos «bagagens», e levámo-las de novo cheias com outras vivências. É um desafio para a vida, este de partir e chegar constantemente, olhando o mundo com os olhos da juventude e do amor. É a nossa missão. Por isso, a mobilidade nos trouxe e a mobilidade nos levará ao encontro do outro, de Deus e da Missão.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top