“Ágora dos Jovens do Mediterrâneo” (AJM) é o título oficial do Encontro de Jovens organizado pela Conferência Episcopal Italiana e pelo Vaticano, que vai decorrer em Loreto, Itália, de 2 a 13 de Setembro próximos. Um total de vinte e quatro países vão estar presentes no grande pátio do Centro João Paulo II, adornado para a ocasião com ramos de oliveira, loureiro, loendro e outras flores me-diterrânicas, quase a reproduzir o cenário do “Mare Nostrum”. Sob o lema “O seu caminho passará sobre as águas. Felizes aqueles que não são violentos: Deus dar-lhes-á a terra prometida”, o AJM insere-se num caminho que nasceu em Setembro de 1995 no Encontro EurHope, em que o Papa se encontrou 400 mil jovens do velho continente. Era o tempo da guerra na ex-Jugoslávia e, no vale de Montorso que de Loreto desce docemente em direcção ao mar, o Papa João Paulo II decidiu que ali fosse edificada uma casa para os jovens da Europa. Cinco anos depois nascia o Centro João Paulo II. O caminho do AJM durará oito anos, sendo este o terceiro ano consecutivo em que se realiza. De 2 a 7 de Setembro, os jovens de cada país (dois delegados por nação) ficarão hospedados nas dioceses italianas e terão oportunidade de conhecer a realidade de cada uma delas. Participarão também no Encontro Nacional da Acção Católica Italiana, em que vai estar o Santo Padre. A partir de 8 de Setembro, os jovens ficarão instalados no Centro João Paulo II, em Loreto. Nesse dia é feita a introdução ao AJM e a apresentação dos participantes. De 9 a 11 de Setembro, serão apresentados e discutidos vários temas a partir da Bíblia. Nomeadamente: “Religiões e violência entre mistificação e ideologia”, “O registo da Bíblia no desenvolvimento da cultura da não-violência na bacia do Mediterrâneo” e “Religiões do Mediterrâneo entre violência e benevolência”. No dia 12 de Setembro haverá espaço para “testemunhos dos jovens sobre a não-violência”, seguidos de diálogo. Serão então apresentadas as conclusões do Ágora, antes de uma eucaristia presidida por Mons. Ângelo Comastri, bispo de Loreto. No dia 13, os participantes regressam aos respectivos países. Portugal representado por jovens de Braga Dois jovens da diocese de Braga foram os escolhidos para representar Portugal neste Encontro. São eles Alberto Gonçalves, de 27 anos, licenciado em Teologia e coordenador da Pastoral Juvenil da Diocese, e o padre Manuel António Faria, de 30 anos, pároco em Santa Eufémia, Santo Tirso e Corvite, da Pastoral Juvenil de Guimarães. A partida da dupla de delegados portugueses está agendada para as 14h15 do dia 2 de Setembro, do aeroporto de Lisboa; o regresso acontece no dia 13 de Setembro. No AJM «as pessoas encontram-se para discutir assuntos que têm a ver com a juventude não só católica mas também associativa», explica Alberto Gonçalves, acrescentando que «os jovens do Mediterrâneo ou os que vão participar no Ágora falarão daquilo que se passa nos seus países, da sua vida e aspirações. Dirão o que querem do futuro da Igreja e, até, do futuro do próprio país. Apresentarão as dificuldades que existem no seu país e pedirão ajuda, porque as coisas não caiem do céu e, para conseguir alguma coisa, é preciso que haja esforço de parte a parte. Mesmo dentro da Igreja eles precisam de ser ajudados». Este é mais um dos eventos a nível internacional em que Alberto Gonçalves, a fazer mestrado em Pastoral Juvenil, em Sevilha (Espanha), vai fazer «o maior esforço para participar». Explica que quer «conhecer uma realidade» que lhe é desconhecida e preparar-se «para poder ajudar ou trazer algumas ideias para Braga», pois «é preciso inovar e conhecer extra muros». [Helena Areosa]