Fórum Ecuménico Jovem celebrou a sua décima edição Foi há 10 anos atrás que os jovens se uniram nas suas diferenças e afirmaram ser cristãos. Foi há 10 anos que Leiria acolheu o I Fórum Ecuménico Jovem. 10 anos depois, os jovens ecuménicos voltaram a reunir-se na Quinta da Matinha para, mais do que celebrar, voltar a construir um caminho plural, mas comum. D. Sifredo Teixeira, Bispo da Igreja Metodista, explica que os fóruns têm permitido à Igreja “abrir espaço para os jovens numa caminhada que consideramos ser valiosa e de afirmação do amor de Cristo”. Os momentos de oração conjunta, de celebração, de música e de alegria do encontro são momentos de partilha de experiências que “mostram um bom testemunho cristão”, aponta o Bispo. Também Pedro Brito, da Igreja Presbiteriana, valoriza estes encontros, destacando as sementes que se deixam em várias dioceses do país da unidade entre os cristãos. “Esta é uma unidade visível nas experiências dos jovens e aos poucos o país percebe que os cristãos, nas suas diversas confissões estão mais unidos do que aparentam”. A luta pela erradicação da pobreza juntou, recentemente, a Fundação Desafio Miqueias e a Antena Fé e Justiça, África-Europa, numa carta aberta contra a pobreza e a desigualdade, entregue ao Primiero-Ministro. Diversas instituições religiosas e não confessionais juntaram a sua voz a este apelo mostrando que existe sintonia. E as diferenças não se querem esbater, mas antes aprender a conviver. Cristina Melo, Igreja Lusitana explica que “apesar de pertencermos a Igrejas diferentes a mesma fé e o mesmo Deus une-nos. Desde 1999 que, apesar das diferenças, fazemos caminho conjunto e apostamos na partilha. Dez anos depois aprendemos sempre algo de novo, nunca é repetitivo”. João Matos, da Igreja Presbiteriana, encontra sempre um motivo para estar presente no Fórum e “partilhar a minha fé com outros jovens de outras Igrejas. Ouvir as suas experiências é uma forma de aprender, pois cresce-se na diferença”. Beatriz Morgado da Igreja Católica, afirma que os Fóruns são momentos onde se espelha a unidade. “Não faz sentido vivermos fechados uns para os outros, onde cada um defende exclusivamente a sua bandeira”. Esta católica assume-se no mundo “para viver um caminho de amor e faz sentido, a partir daqui descobrir pontos comuns e também os diferentes pontos de vista, sem perder o que cada um é”. Mais do que momentos celebrativos ou encontros de boas intenções, o Fórum Ecuménico Jovem tem vindo a potenciar caminhos comuns entre as várias Igrejas cristãs. O Pe. Tony Neves, sacerdote espiritano da Igreja católica explica que este encontro “ajuda a perceber que a comunhão se constrói a partir da pluralidade da riqueza e de caminhos”. Paralelamente ao Fórum, foi lançado um CD ecuménico. Uma de muitas iniciativas que a equipa ecuménica jovem dinamiza, marcando ritmo e presença efectiva.