Armando Chicoca, jornalista detido em Angola no passado dia 24 de Dezembro deixará de representar a Rádio Ecclesia (RE) no Namibe, segundo o Arcebispo de Lubango, Dom Zacarias Kamuenho, cuja jurisdição integra aquela província. O jornalista da emissora católica angolana foi detido sob a acusação de “incitar à violência e desacato à autoridade policial”. “O aproveitamento que certos meios de comunicação quiseram fazer, como se fosse a RE a visada foi um aproveitamento mal feito. E, portanto, vamos rever também a representação de Armando Chicoca como representante da RE aqui nesta zona”, disse D. Kamuenho, citado pelo jornal católico angolano “O Apostolado”. O Arcebispo de Lubango manifestou-se contra as insinuações de que o jornalista fora detido a mando do governador, injustamente e no quadro da perseguição da Igreja Católica e da sua emissora. “Eu digo que isso é distorcer a realidade das coisas”, asseverou. Segundo este responsável “Chicoca tem feito o trabalho de correspondente da RE, mas não representa a RE aqui. Quem representa a RE deveria ser o padre Eusébio, que é o vigário episcopal no Namibe”. “Creio que o Pe. Eusébio não o credenciou, nem eu”, acrescentou. A VOX – Associação Mundial das Rádios de Inspiração Cristã de Expressão Portuguesa publicou recentemente um comunicado, no qual defende que devem ser conhecidas as razões pelas quais o jornalista Armando Chikoca está detido. Por seu lado, a organização internacional “Reporters Sans Frontières” repudiou a condenação do jornalista a 30 dias de prisão. Segundo o director da Rádio Ecclesia, a democracia em Angola está ameaçada, há censura e os jornalistas não podem cruzar os braços nesta hora em que é notória a falta de liberdade de imprensa no país. Em declarações à Rádio Renascença, o padre Maurício Kamuto diz que este é mais um episódio que confirma a opção política do Governo em não permitir que a Rádio Ecclesia possa ser ouvida em todo o país e não apenas em Luanda.