Jornada Mundial das Crianças: «É altura de pegarmos nas crianças e fazermos um mundo novo» – Abel Dias (c/vídeo)

Grupos de Portugal, nomeadamente de Setúbal e Viseu, participam na primeira Jornada Mundial das Crianças, este sábado e domingo, em Roma

Cidade do Vaticano, 25 mai 2024 (Ecclesia) – Grupos de Portugal participam na primeira Jornada Mundial das Crianças (JMC) com o desejo de ver o Papa, construir um mundo melhor, fazer novas amizades e levar as mensagens de Francisco aos amigos.

“Vai ser a primeira Jornada Mundial das Crianças e estamos muito ansiosos para ver o Papa”, disse Teresa, da Diocese de Setúbal, confessando a alegria por ter andado pela primeira vez de avião, assim como o irmão.

“Chamo-me Gustavo e também quero ver o Papa. Não o consegui ver na Jornada Mundial da Juventude”, disse outro elemento do grupo que chegou de Setúbal à reportagem da Agência ECCLESIA, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Henrique Medeiros Silva, um pai que integra o grupo, valorizou a iniciativa do Papa Francisco e disse que as crianças que vieram a Roma “tiveram alguma ligação à JMJ” e a experiência da “Igreja universal”.

“Quando souberam da Jornada Mundial das Crianças disseram: desta vez é para nós e vamos participar! E fizemos uma experiência de comunhão, de juntar os talentos, para marcar o avião, encontrar o sítio, e viemos um grupo de famílias, a fazer a experiência de uma Igreja em saída, mas que é uma família que caminha junta”, afirmou

“A Jornada Mundial das Crianças é concretizar o todos, todos, todos… Também as crianças têm esta oportunidade de partilhar. É de pequenino que se experimenta a Igreja universal”.

A primeira edição da Jornada Mundial das crianças vai realizar-se em Roma, nos dias 25 e 26 de maio, este sábado e domingo, com a proposta de ser celebrada também a nível local, em cada diocese, e o Papa Francisco confiou ao Dicastério para a Cultura e a Educação, que é presidido pelo cardeal José Tolentino Mendonça, a sua organização, a partir do tema “Eis que faço novas todas as coisas”.

O Coro Infanto-juvenil da Paróquia de Abraveses, na Diocese de Viseu, chegou a Roma na véspera da JMC e, mesmo já tarde, quis ver a Praça de São Pedro, cantar o hino da jornada, na afirmação de que a participação ajuda a ficarem mais unidos, “não só como coro, mas também como amigos”, como disse Inês Rodrigues.

“Espero que no final de tudo estejamos mais unidos por esta JMC e que nos dê um mundo melhor, para a fé, para a religião, para termos mais respeito pelos outros e mais amizade”, acrescentou Marta.

O Coro Infanto-juvenil da Paróquia de Abraveses tem cerca de três dezenas de elementos e 17 participam na JMC, assim como as suas famílias, formando um grupo de perto de 50 pessoas.

Para António Regadas, que, em 2015, fundou o coro juntamente com o padre António Henrique, pároco de Abraveses na altura, a presença na JMC é “um sonho” e uma oportunidade da Igreja recuperar “uma certa credibilidade”.

“É preciso que a Igreja recupere uma certa credibilidade, com tudo o que se passou na relação que tem com as crianças. A Igreja como uma entidade que deve proteger, que deve cuidar, que deve amparar, que deve educar e educa, como educou ao longo de tantos séculos”, afirmou.

Abel Dias, diretor do Secretariado Diocesano da Educação Cristã (SDEC) da Diocese de Viseu afirmou à reportagem da Agência ECCLESIA, na Praça de São Pedro, que a realização desta jornada é uma forma de “dar importância às crianças”.

“Em Portugal estamos a planear um novo itinerário catequético. Pode ser um bom pontapé de saída para darmos primazia às crianças. O futuro é delas, ouvi-las e deixar que tenham um papel mais ativo em toda a Igreja, à maneira delas”, defendeu.

“É altura de pegarmos nas crianças e fazermos um mundo novo porque bem necessitamos, nos dias de hoje”, afirmou.

Na primeira Jornada Mundial das Crianças o Coro Infanto-juvenil da Paróquia de Abraveses vai trajar com roupas tradicionais de Portugal e três crianças vão representar os três Pastorinhos de Fátima.

O Estádio Olímpico de Roma e a Praça de São Pedro, no Vaticano, vão acolher as atividades da I Jornada Mundial das Crianças, entre sábado e domingo.

O encontro, que vai contar com delegações de 100 mil famílias de mais de 100 países, incluindo Portugal, tem início no sábado, às 15h30 (menos uma em Lisboa), no Estádio Olímpico de Roma, com um encontro de música, desporto, reflexão e espiritualidade.

Francisco vai marcar presença no encontro, respondendo a perguntas dos participantes, antes de um jogo de 5 minutos entre as crianças e futebolistas internacionais, liderados pelo italiano Gianluigi Buffon.

A Jornada Mundial das Crianças conclui-se na Praça de São Pedro, com a Missa dominical presidida pelo Papa Francisco e um monólogo do ator e realizador italiano Roberto Benigni, após a recitação do ângelus.

O Vaticano adianta que muitas das crianças presentes chegaram a Itália através de corredores humanitários, vindas de países como a República Democrática do Congo, Afeganistão ou a Síria; a delegação de Gaza, incluindo algumas crianças feridas, chegou à Itália graças à missão humanitária do governo transalpino e foram acolhidas pela comunidade católica de Santo Egídio.

PR

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