JOC continua a combater o «Boneco de Produção»

Pretendiam culminar a campanha «Trabalhador. Boneco de Produção? Não.» mas “não foi possível” porque “tínhamos a intenção de chegar aos jovens que não estavam na JOC” – disse à Agência ECCLESIA Maria das Neves Jesus, coordenadora nacional deste organismo da Acção Católica. Ontem, mais de duas centenas e meia de jovens da JOC de vários pontos do país estiveram reunidos, em Braga, para reflectiram sobre a realidade laboral existente no país. No encontro ficou decidido que a campanha – iniciada em Setembro do ano passado – se prolongasse. Datas possíveis para o encerramento ainda “não temos” porque “alargámos a etapa do ver e do julgar” – referiu. E acrescenta: “falta-nos o agir”. Indiferente a alguma comparação com manifestações e slogans sindicais, a presidente da JOC afirma que a única preocupação que move os jovens “é a luta pelo respeito à dignidade humana e cristã dos trabalhadores”. A escolha da cidade Braga deve-se ao facto de nesta região “notarmos que o trabalhador muitas vezes é um boneco de produção”. É um dos distritos com maior taxa de desemprego a nível nacional, por conseguinte, uma zona fortemente atingida pela precariedade e instabilidade no trabalho. A região norte “está a ser muito atingida com a realidade do desemprego” – denunciou a coordenadora da JOC. Para manifestar a sua insatisfação sobre a realidade a actual, a JOC promoveu uma marcha nas artérias desta cidade nortenha. “As pessoas aderiram e reparámos que muitos pararam nas ruas até porque distribuímos muitas revistas da Juventude Operária Católica” – afirmou Maria das Neves. Durante a marcha, os jovens cantaram o hino da JOC, proferiram palavras de ordem contra a precariedade laboral e distribuíram panfletos aos curiosos que se juntaram ao longo do percurso. “Um gesto simbólico contra a realidade presente” – denunciou. Com duas etapas cumpridas – Ver e Julgar – a JOC faz uma avaliação primária desta iniciativa. “O movimento saiu para fora e, ontem, reparámos que tínhamos muitos jovens que não eram da JOC”. Para além deste ponto, Maria das Neves mostrou a sua satisfação com a maior divulgação da Doutrina Social da Igreja. “Esta é a actualização do Evangelho” – concluiu. Questionada se não existe o receio de serem associados aos sindicatos, esta responsável foi peremptória: “Se os sindicatos estão preocupados com a mesma realidade que nós, muito bem e é sinal que estamos todos no mesmo caminho, que é a denúncia da precariedade no trabalho e a luta para melhores condições no trabalho. Por isso, não temos medo desta colagem aos sindicatos. A nossa preocupação é com uma realidade que viole a dignidade da pessoa humana, do jovem trabalhador, do homem e da mulher trabalhadora. Para nós, isso é que é importante. Assim, neste aspecto, não estamos preocupados se somos parecidos com os sindicatos” – esclareceu. Segundo esta responsável, está a ser preparado um documento com as conclusões desta caminhada. Em princípio, o documento, com as reivindicações e propostas, deverá ser entregue ao Governo e a outras instituições. Na JOC, tudo parte da base para o colectivo, principalmente tendo em conta que estão envolvidos outros jovens, a Igreja e outras associações.

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Agência ECCLESIA

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