João Paulo II: Celebração no Parque Eduardo VII e viagem a Roma de jovens de Portugal estará na origem das jornadas mundiais da juventude

D. Manuel Clemente comentou na RTP a primeira visita do Papa Wojtyła

Foto cortesia TAP – João Paulo II em Portugal, 1982

Lisboa, 21 mai 2022 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa recordou a celebração do João Paulo II no Parque Eduardo VII, em 1982, e lembra que a participação de jovens, que no ano seguinte foram a Roma, pode estar na origem das jornadas mundiais da juventude.

“Há quem faça esta ligação. Não posso assegurar mas que isto se diz e que isto se escreve, é verdade”, disse D. Manuel Clemente, em declarações à Agência ECCLESIA, sobre a relação entre a peregrinação de jovens portugueses a Roma e as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ).

O cardeal-patriarca de Lisboa recorda que foi “uma multidão” que, em 1983, foi agradecer ao Papa João Paulo II a viagem que fez no ano anterior a Portugal.

“Foram talvez 20 camionetas de jovens. Estivemos em Roma e em Castel Gandolfo. Foi muito envolvente para todos os jovens que participaram”, acrescenta, lembrando que o cardeal D. António Ribeiro “dinamizou muito a pastoral da juventude em Lisboa”.

D. Manuel Clemente explica que há quem diga que desta movimentação juvenil à volta do Papa, “concretamente aqui em Portugal e depois na ida a Roma”, terá sugerido lá em Roma, e em especial ao cardeal Eduardo Pirónio, que acompanhava o Papa, “a ideia de a partir de 86 fazer as Jornadas Mundiais da Juventude”.

Na sua primeira visita a Portugal, João Paulo II esteve em Lisboa, Fátima, Braga, Vila Viçosa, Coimbra e Porto, de 12 a 15 de maio de 1982, um ano depois de ter sido atingido a tiro na Praça de São Pedro, a 13 de maio de 1981.

“Foi uma azáfama grande, muito grande, que envolveu toda a gente. A multidão foi do princípio ao fim, aqui em Lisboa e nos outros locais por onde ele passou. Além desses momentos visualmente muito fortes, como foi a Missa no Parque Eduardo VII, de alguma maneira continuou durante a noite na Nunciatura. Não sei se o deixaram dormir com tudo o que se passava cá em baixo”, desenvolveu D. Manuel Clemente.

O atual cardeal-patriarca de Lisboa salienta que acompanhou “muito e ao minuto,” esta visita do Papa polaco, “desde a chegada até à partida, cada momento, cada passagem”, porque esteve “sempre” na RTP.

Para o responsável católico existiu um momento que foi muito marcante e “muito surpreendente”, em termos televisivos e da rádio ainda mais, quando o Papa ficou de joelhos na Capelinhas das Aparições, em Fátima, durante “meia hora calado, a rezar”.

“O Papa estava ali a dizer a Nossa Senhora, a quem ele atribuía a sua salvação daquele atentado, um ano antes. Tudo parou e isso foi fortíssimo! Sobretudo para quem via através da reportagem televisiva, talvez seja o momento mais marcante. Era completamente inesperado… Que estivesse ali um bocadinho ajoelhado, com certeza, mas nunca mais se levantava. Ele tinha vindo para aquilo. Esteve noutros sítios antes, esteve noutros sítios depois, mas ele tinha vindo para aquele momento e sentiu-se com muita força”, destacou D. Manuel Clemente.

A entrevista ao cardeal-patriarca de Lisboa faz parte do Programa ‘70×7’ deste domingo (22 de maio), que vai recordar a visita do Papa João Paulo II a Portugal, há 40 anos, a partir das 17h25, na RTP 2.

HM/CB/PR

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Agência ECCLESIA

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