Bispo português convida jovens a partir de «coração aberto»
Lisboa, 15 jul 2016 (Ecclesia) – O bispo D. Joaquim Mendes, que acompanha o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, incentivou os jovens portugueses a estarem recetivos ao que “possa proporcionar” a experiência da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) na Polónia, num regresso às origens.
“Parti com o coração aberto para fazer uma experiência de Jornadas Mundiais da Juventude. Não é para ir fazer turismo, não é para estar mais perto do meu amigo ou com o meu grupo mas ir com o coração aberto aos outros. Abertos também à mensagem que o Papa trará”, disse o bispo auxiliar de Lisboa, que integra a Comissão Episcopal Laicado e Família.
Na mais recente edição do Semanário digital ECCLESIA, o prelado incentiva os jovens portugueses a fazerem uma “experiência de comunhão eclesial, da universalidade do mundo juvenil”, por isso, reforça a importância de ir com o coração aberto e “até não criar muitas expetativas”.
“Às vezes temos surpresas mas quando vamos com tudo calculado e programado, se calhar, nem o Espírito do Senhor tem espaço para nos levar para outros sítio ou proporcionar outra experiência, se calhar, mais ricas e profundas”, acrescentou D. Joaquim Mendes.
No encontro mundial de jovens católicos, para além da confraternização e troca de experiências, os peregrinos vão ver o Papa Francisco, cuja intenção “é conduzir os jovens ao encontro com Jesus Cristo”.
“Este Papa tem este carisma da proximidade, este carisma da simplicidade, de cativar e, sobretudo, da autenticidade. A centralidade é conduzir os jovens ao encontro com Jesus Cristo e segui-Lo com coração misericordioso”, desenvolveu.
Com o tema ‘Felizes os misericordiosos porque alcançaram misericórdia’, a cidade de Cracóvia recebe a 31.ª JMJ, entre 26 e 31 de julho; é a segunda vez que a Polónia, o país natal do Papa São João Paulo II,criador das JMJ, organiza o encontro, depois de Czestochowa em 1991.
“A Polónia tem estas duas referências: a figura do Papa São João Paulo II, marcante para os jovens, deu-lhes muita força e ajudou-os num caminho de autenticidade e coerência de fé; outro aspeto é voltar às origens, ao seu início para que as jornadas mantenham a mesma frescura, o mesmo impacto e a mesma finalidade”, comentou D. Joaquim Mendes.
Oração, celebração, música, convívio, desporto são algumas das propostas apresentadas aos peregrinos que também são convidados a participar em catequeses, por grupos linguísticos, e Portugal tem quatro bispos catequistas, em seis participantes.
“Para o bispo é também uma experiência forte cristã porque a fé do bispo cresce com a fé do povo de Deus e, naturalmente, também com a fé dos jovens. Eles também têm coisas para nos ensinar e a gente aperceber-se da realidade”, refere.
O bispo auxiliar de Lisboa, que faz acompanha o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil analisou ainda a “debandada” juvenil da Igreja em Portugal, uma expressão usada por Francisco em setembro de 2015, na audiência aos bispos portugueses.
“O discurso do Papa é decorrente dos relatórios que cada diocese enviou para o Vaticano. Não abandonam, vão à procura de outras novidades. Não é propriamente uma debandada vão à procura, nós vivemos num mundo global, há muita propostas, muitas sugestões”, disse D. Joaquim Mendes.
“Depois, sentem que aquilo que os atraiu não os preenche e voltam à experiência inicial”, afirmou na entrevista publicado no mais recente Semanário ECCLESIA, dedicado à JMJ 2016.
CB/OC