Organização apresenta paramentos e dos objetos litúrgicos que vão ser usados nas cerimónias religiosas
Lisboa, 17 jul 2023 (Ecclesia) – O Comité Organizador Local (COL) da JMJ Lisboa 2023 apresentou os paramentos e objetos litúrgicos que vão ser usados nas cerimónias religiosas, falando numa “oportunidade de mostrar ao mundo a arte portuguesa”.
“Por detrás da ideia conceptual da criação das vestes está o significado iconográfico do caminho e das estradas a percorrer, com as cores verde e vermelha de Portugal, em direção à JMJ Lisboa 2023, ‘sempre na presença de Deus’. Estes caminhos surgem ao lado do caminho iluminado pelo Espírito Santo, representado pelo ouro amarelo”, explica o COL, numa publicação no sítio online da Jornada Mundial da Juventude.
O Comité Organizador Local da Jornada Mundial da Juventude em Portugal assinala que a JMJ Lisboa 2023 vai ser também “uma oportunidade de mostrar ao mundo a arte portuguesa”, para além do impacto que o maior encontro de jovens de todo o mundo com o Papa vai ter no país, de 1 a 6 de agosto.
Os paramentos dos sacerdotes e dos bispos vão ser produzidos em Portugal e na Itália, a responsabilidade é da empresa italiana DESTA, que é “um dos principais produtores mundiais de vestuário eclesiástico e mobiliário sagrado”.
Estão a ser confecionados 10 mil paramentos para os milhares de padres e cerca de 800 bispos que vão celebrar na Missa de Envio da JMJ Lisboa 2023, no dia 6 de agosto, no Campo da Graça (Parque Tejo), para além dos paramentos do Papa Francisco; o altar desta celebração vai ter uma toalha com rendas de Bilros de Peniche.
O Comité Organizador Local recorda que a JMJ Lisboa 2023 “assume um forte compromisso com a sustentabilidade”, em comunhão com a reflexão do Papa argentino na sua Encíclica Laudato Sí’, e há vários critérios como a produção das vestes com energias renováveis, a “não coloração do burel, lã da Serra da Estrela que marca a cultura portuguesa”.
Uma das fundadoras da Burel Factory, Isabel Costa, explicou que a fibra deste material vai ser mantida “natural, reciclada e totalmente biodegradável”: o burel irá ser bordado com cores a fio de ouro para, posteriormente, ser aplicado em várias peças nos paramentos com o intuito de recordar “o valor simbólico do pastor”.
Neste contexto, destacam que os paramentos do Papa Francisco também vão ter uma “utilização inédita do burel”; o paramento que o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, vai usar na Missa de abertura da JMJ 2023 também foi pensado e desenhado “especialmente para a ocasião”, pelo padre Pedro Tavares, responsável pela liturgia da edição portuguesa da Jornada Mundial da Juventude, a partir do logotipo da JMJ Lisboa.
As alfaias litúrgicas, como as seis mil píxides, para a conservação e distribuição das hóstias aos fiéis, os 200 cálices, onde se consagra o vinho durante a Eucaristia, e a patena, vão ter três linhas curvas e segmentos de três circunferências.
O cálice vai ter, entre as três linhas, uma Cruz em tom de ouro, como o interior do objeto e a sua borda superior; a férula papal (o corresponde ao báculo, que é encimado por uma cruz) terá uma vara dourada que atravessa uma forma pentagonal de prata, remetendo para as cinco chagas de Cristo e a cruz é de madeira de ébano, “quase negra”, onde se encontram, formando um resplendor, as três linhas circulares de ouro.
Segundo a organização, a custódia, o objeto litúrgico onde é colocada a hóstia consagrada, vai ser “simples e sem qualquer elemento dispersivo”, as linhas vão convergir no centro do grande círculo, vão lembrar “braços estendidos de todos os pontos cardeais, como os jovens participantes da JMJ”.
CB/OC
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