Responsável pela Direção de Pastoral e Eventos Centrais recorda, em conjunto com Sebastião Ribeiro, da organização da jornada, as memórias e o impacto do encontro de jovens de todo o mundo com o Papa
Lisboa, 05 jul 2024 (Ecclesia) – Mariana Frazão, responsável pela direção de Pastoral e Eventos Centrais da JMJ Lisboa 2023, defende que, apesar de ainda haver muito caminho a percorrer, o encontro de agosto último mudou a perceção com que é vista a Igreja.
“Não mudo o que disse há um ano, por isso acho que, de facto, a imagem da Igreja mudou. Uma Igreja viva e jovem e, principalmente em Portugal, conseguimos ver isso no país inteiro, não foi só na semana da Jornada em Lisboa”, afirmou, em entrevista ao programa ECCLESIA.
Um ano depois da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, que decorreu de 1 a 6 de agosto de 2023, Mariana Frazão destaca que muitas sementes “ainda não são visíveis”, no entanto é notório que os jovens estão presentes no dia a dia da Igreja.
“Olhamos para os movimentos e para as paróquias e vemos muitos jovens que depois da Jornada Mundial da Juventude voltam a encher os movimentos, voltamos a ver uma quantidade de inscrições, sejam em projetos como a Missão País como campos de férias, muitos jovens a voltar e a quererem estar próximos da Igreja. Vemos uma Igreja em saída e isso vemos não só em Portugal, mas em outros países do mundo e vemos uma vontade de falar”, realça.
Para a entrevistada, “é muito bonito” perceber que volvido um ano da experiência em Lisboa, “as relações perduram e as pessoas continuam a querer falar da Jornada Mundial da Juventude”.
Exemplo disso é o XXI Encontro de líderes nacionais da Pastoral da Juventude da América Latina e Caraíbas que teve lugar no Paraguai, de 15 a 20 de julho, no qual participou Sebastião Ribeiro, que colaborou na organização da JMJ Lisboa 2023.
“Convidaram a Jornada Mundial da Juventude a estar presente por dois principais motivos: primeiro para agradecer todo o apoio e organização que a Jornada deu aos países latino-americanos e um segundo para perceber o que é que a Jornada tinha dado aos jovens daqueles países”, relata.
Na iniciativa foi demonstrada preocupação com os problemas dos jovens, uma ideia abordada por Emilce Cuda, secretária da Pontifícia Comissão para a América Latina, que disse ser necessário ir ao encontro da juventude nas periferias.
Sebastião Ribeiro viveu a oportunidade de almoçar com o Papa na Nunciatura Apostólica durante a JMJ, partilhando a experiência com nove jovens, da Colômbia, Brasil, Filipinas, Guiné Equatorial, Perú, Palestina, EUA e Portugal.
“Houve ali uma grande proximidade e uma grande intimidade do Papa também com os jovens e de escuta a tentar perceber quais eram os problemas das diferentes realidades, porque os problemas da Guiné-Equatorial eram distintos da Palestina, que por sua vez eram distintos dos jovens das Filipinas”, recorda.
A uma distância de um ano da JMJ, Sebastião Ribeiro refere que a Jornada permitiu abriu-lhe “um novo mundo não só de contactos”, mas “também de perspetiva de vida e de Igreja”, algo que é “completamente transformador”.
“Há um pré-Sebastião de 6 de Agosto e há um pós-Sebastião de 6 de Agosto”, assegura.
Para Mariana Frazão, ainda é difícil gerir tudo, uma vez que foi “muita coisa a acontecer”, estando ainda no processo de tentar entender qual é a semente que está ainda “a nascer”.
“É impossível sairmos iguais e por isso eu acho que [sou] uma Mariana sem dúvida mais alegre e que conhece a Igreja de uma forma que se calhar não conhecia antes”, refere.
Lisboa acolheu o maior encontro mundial de jovens com o Papa, entre 1 e 6 de agosto de 2023, com mais de 1,5 milhões de participantes nas celebrações conclusivas, presididas por Francisco no Parque Tejo.
A próxima edição da JMJ realiza-se em Seul, na Coreia do Sul, em 2027.
HM/LJ
Lisboa 2023: «Jornada Mundial da Juventude vai mudar forma de ver a Igreja e a fé» – Mariana Frazão