JMJ 2023: Tema da amizade social «é de grande importância para a formação dos jovens» – Arcebispo de São Paulo

Luís Manuel, peregrino guineense, explicou que a Igreja Católica  quer tentar melhorar» o país

Seixal, 03 ago 2023 (Ecclesia) – A Paróquia da Amora, na Diocese de Setúbal, recebeu hoje um Encontro Rise Up dedicado ao tema da amizade/fraternidade social, “que é uma proposta, é um ideal”, com partilhas de Portugal, Guiné-Bissau e Brasil e pedidos de oração e ajuda.

“O Papa propõe para toda a humanidade, mas aqui na Jornada esse tema é abordado como um tema que faz parte da formação juvenil porque precisamos pensar em formar uma sociedade, a convivência social, no diálogo, na amizade, no encontro e não o contrário, na base do desencontro, da violência, da contraposição, dos extremismos”, disse o arcebispo de São Paulo (Brasil), à Agência ECCLESIA.

O cardeal Odilo Scherer afirmou que acredito que o tema da fraternidade social “é de grande importância para a formação dos jovens” deste tempo que é, muitas vezes, de “insensibilidade para com o sofrimento, a dor do próximo”, que leva a um fechamento, “a pensar em si mesmos e isso não constrói a paz, a boa convivência entre os povos”.

Na igreja João Batista Scalabrini, da Paróquia da Amora, os peregrinos que participaram neste Encontro ‘Rise UP’ da JMJ Lisboa 2023, sobre Amizade Social, ouviram pedidos de oração e apoio com a Guiné-Bissau, país lusófono onde “ainda falta muito em termos sociais”.

“Estamos com falta de escolas, não temos saúde como deve ser, não tem infraestruturas, como deve de ser, não tem nada de bom, isso é que é verdade”, disse Demóstenes, que viajou de Bissau, na capital da Guiné-Bissau, à Agência ECCLESIA.

“Viemos cá para pedir para a nossa terra”, acrescentou Jéssica, que faz parte do mesmo grupo, adiantando que depois da JMJ 2023 vão levar “a mensagem e também testemunhar” o que viveram.

Já Luís Manuel explica que a preparação para vir à JMJ Lisboa 2023 “não foi nada fácil”, mas conseguiram “com a graça de Deus”, e esperam “encontrar tudo o que é de bom e entregar também aquilo que é de bom” da Guiné-Bissau, porque, na verdade “não é só de mau, tem muitas coisas boas”.

“Esperamos que um dia, alguém que nunca conheceu, possa conhecer. Não tem perigo, só um bocadinho de desentendimento do Governo”, acrescentou.

A Igreja Católica também tem um papel e ação importante, Demóstenes explica que “é preciso incutir nas pessoas coisas boas”, que saibam “cultivar a amizade com toda a gente”, porque, “talvez, amanhã”, os filhos possam ter “um caminho que é certo para toda a gente”.

“A Igreja tem um grande papel, serve como ativistas para tentar melhorar, e todos os dias, a todas as horas, dão uma mensagem de bom para a juventude principalmente. A juventude é quem tem tudo na mão, temos que seguir em frente, seguir coisas boas, tentar animar os nossos irmãos que estão no mau caminho a tentar fazer coisas boas para termos tudo o que é de bom na Guiné-Bissau”, desenvolveu Luís Manuel.

O arcebispo brasileiro lembrou que hoje não existe “apenas uma guerra” no mundo mas há muitas guerras neste momento mas “outras estão esquecidas”, e a questão da amizade social, a sensibilidade para com o próximo, a situação dos outros povos, dizem respeito a todos.

“Nós sentimos a guerra com risco quando está perto de casa, mas a guerra longe a gente nem percebe, nem se preocupa”, explicou o cardeal Odilo Scherer.

Da Maia, na Diocese do Porto, Beatriz e Alexandra, duas catequistas, também participaram neste Encontro Rise Up e destacaram o caminho a percorrer.

“Ainda temos muito para caminhar, mas pelo que foi dito toda a gente tem boas ideias, da base que temos para conseguir atingir aquilo que é suposto, que é uma amizade social”, realçou Beatriz.

O padre Geraldo Finatto, missionário Scalabriniano, que acolheu esta catequese, a partir do tema, destacou o “desafio” de “unir pessoas de línguas culturas, diferentes”, como é a realidade da Paróquia de Amora, onde é preciso criar “diálogo, espaços para que todos possam sentir-se à vontade, livres, dentro desta comunidade”.

“Esta presença dos jovens, esta alegria, vindos de diferentes lugares, passa no meio desta paróquia, desta cidade, levando alegria e querendo ou não transmitem uma mensagem. É um sinal de muita esperança, e mexe com a paróquia, com a comunidade, nesta perspetiva que tanto lutamos de fazer esta fraternidade social”, acrescenrtou o sacerdote, à Agência ECCLESIA.

O próximo encontro oficial do Papa é no Parque Eduardo VII, para a cerimónia de acolhimento com os peregrinos da JMJ 2023.

A Jornada Mundial da Juventude, que Portugal recebe pela primeira vez, é um encontro internacional de jovens promovido pela Igreja Católica, que reúne centenas de milhares de participantes durante cerca de uma semana, em iniciativas religiosas e culturais, sob a presidência do Papa.

HM/CB

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