Cante alentejano, fado e música contemporânea sobem ao altar-palco
Lisboa, 03 ago 2023 (Ecclesia) – Milhares de jovens receberam hoje o Papa no Parque Eduardo VII, que acolhe o primeiro momento de encontro entre os peregrinos da JMJ Lisboa 2023 e Francisco, a cerimónia de acolhimento.
“Esta cerimónia será um evento com um caráter festivo e de encontro, mantendo a dimensão de oração. Quer mostrar a Igreja jovem que se coloca a caminho com o sucessor de Pedro rumo à construção de uma sociedade mais fraterna”, indica a organização do encontro mundial.
Francisco usou o papamóvel pela primeira vez, nesta visita a Portugal, saudando os peregrinos inscritos na Jornada, nos setores que lhes estão reservados na Colina do Encontro, bem como as pessoas que se juntaram à celebração, ao longo da Avenida da Liberdade
Após o programa de boas-vindas para os peregrinos, no altar-palco especialmente preparado para esta Jornada, segue-se um desfile com as bandeiras dos países dos participantes e os símbolos da JMJ.
A celebração inclui ainda a invocação dos 13 patronos da JMJ e um momento de envio dos jovens.
Matilde Trocado, da Direção Pastoral e Eventos Principais, adiantou que a celebração vai unir a “tradição e a contemporaneidade” mostrando os tapetes de flores, o cante alentejano e os bombos do Fundão mostrando a “cultura portuguesa”.
A responsável disse esta terça-feira, em conferência de imprensa, que as palavras-chave serão “alegria, encontro e peregrino”.
O grupo Ensemble 23, composto por 50 jovens, de 22 nacionalidades, esteve reunido durante seis semanas “numa residência artística”, para preparar os eventos, e estarão “sempre em palco”, disse Matilde Trocado.
“Vários deles vão dirigir-se ao Papa a partir de cartas que escreveram e vamos escutar alguns excertos durante o acolhimento”, destacou.
A responsável valorizou o palco construído no Parque Eduardo VII, destinado a acolher “três eventos distintos”: a Missa de início da JMJ Lisboa 2023, a cerimónia de acolhimento e a Via-Sacra.
“Tem uma estética urbana, como uma minicidade, mas tem um azul muito português por causa do mar e isso dá uma leveza”, precisou.
Marques, do grupo HMB vai interpretar uma música, acompanhando o desfile inaugural de 180 bandeiras.
Buba Espinho, juntamente com Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento, vai interpretar cante alentejano e a fadista Mariza vai mostrar “a beleza do fado” a jovens dos cinco contentes.
Já Tiago Bettencourt vai apresentar um tema original, acompanhado de 50 bombos de várias aldeias do Fundão.
A cerimónia conta com a participação do Coro e Orquestra da JMJ Lisboa 2023 e ainda do Coro ‘Mãos que cantam’, contabilizando mais de 300 pessoas.
Um tapete de flores foi construído durante esta noite por pessoas dos Concelhos do Sardoal, Vila do Conde, Viseu e Viana do Castelo.
A organização pretende que a cerimónia de acolhimento tenha um “caráter festivo e de encontro, mantendo a dimensão de oração”.
Matilde Trocado assinala que a cerimónia vai ter “as cores do mundo”.
| Peu Madureira, da Direção Artística dos Eventos Centrais da JMJ Lisboa 2023, sublinhou que o programa do encontro mundial quer envolver todas as pessoas que estiverem na cidade.
“Há uma grande vontade de que a Jornada não se feche nos peregrinos”, disse à Agência ECCLESIA o fadista português. O responsável está particularmente ligado ao ‘Ensemble23’, nome escolhido para o grupo de artistas voluntários que fazem parte do elenco oficial dos Eventos Centrais da JMJ Lisboa 2023, após um “casting internacional”. “É uma experiência extraordinária, porque são 22 nacionalidades”, indica. |
O encontro mundial, que Portugal recebe pela primeira vez de 1 a 6 de agosto, inclui na sua programação um conjunto de eventos culturais, religiosos e desportivos, protagonizados por peregrinos da JMJ, dos cinco continentes.
O tema da JMJ Lisboa 2023 é ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’, uma passagem do Evangelho segundo São Lucas (Lc 1,39).
Até hoje houve 14 edições internacionais da JMJ – que decorrem de forma alternada com celebrações anuais em cada diocese católica: Roma (1986), Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).
OC/LS
Notícia atualizada às 1700